A despeito das recomendações de infectologistas e da Organização Mundial de Saúde (OMS), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou exaltar, nesta terça-feira (5), o uso precoce de medicamentos no combate à Covid-19.
Um deles é a ivermectina, antiparasitário muito utilizado no controle de piolho. Em sua conta no Twitter, o chefe do Executivo atribuiu a baixa taxa de óbitos pelo novo coronavírus em países da África à distribuição em massa da droga.
A lista divulgada pelo presidente inclui nove nações africanas que recebem o fármaco, uma vez que participam do Programa Africano para Controle de Oncocercose, doença conhecida como “cegueira do rio”. A iniciativa é mantida pela OMS.
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Sobre o medicamento
Ivermectina é um fármaco usado no tratamento de vários tipos de infestações por parasitas. Entre elas estão a infestação por piolhos, sarna, oncocercose, estrongiloidíase, tricuríase, ascaridíase e filaríase linfática. Em infestações externas, pode ser administrada por via oral ou aplicada na pele. O contacto com os olhos deve ser evitado.
Os efeitos secundários mais comuns são olhos vermelhos, pele seca e sensação de queimadura. Não é claro se a sua administração é segura durante a gravidez, embora seja provavelmente aceitável o seu uso durante a amamentação. A ivermectina pertence a uma classe de medicamentos denominada avermectinas. O mecanismo de ação consiste em fazer aumentar a permeabilidade da membrana celular do parasita, o que resulta na sua paralisia e morte.
A ivermectina foi descoberta em 1975 e introduzida no mercado em 1981. Faz parte da lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial de Saúde, uma lista com os medicamentos mais seguros e eficazes fundamentais num sistema de saúde. Em outros animais é usada na prevenção e tratamento de dirofilariose e outras doenças.