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Margareth Keenan, William Shakespeare e a economia global

Foward Guidance

Margareth Keenan e William Shakespeare foram respectivamente a primeira mulher e o primeiro homem a serem imunizados contra o Covid-19, no Reino Unido , que iniciou, na terça feira passada, a vacinação em massa de seus habitantes. Foi dada a largada para que o mundo, finalmente, possa flexibilizar o isolamento e o distanciamento social e viver o novo normal, e, a economia agradece.

Apesar da gravidade da segunda onda na Europa e nos E.U.A com novos recordes diários de número de infectados e de mortos por dia, os mercados financeiros precificaram a esperança da imunização em escala global e os investidores foram com apetite em busca de oportunidades nos mercados de risco, as bolsas globais bateram recorde mundial de valorização com a soma do valor de mercado de todas as bolsas do mundo ultrapassando a casa de US$100 trilhões , em novo recorde histórico.

Nos EUA, os três principais índices de desempenho do mercado acionário, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq,  também registraram máximas históricas. No mercado de câmbio , o dólar se enfraqueceu perante as principais moedas , e, em especial, em relação às moedas de países emergentes, como foi o caso do Real, que se valorizou quase 2% em apenas uma semana sendo negociado, no mercado de câmbio comercial a R$5,02 por dólar. Só no mês de dezembro a moeda brasileira já se valorizou quase 6% em relação ao dólar e , a valorização do dólar em relação ao real no ano que no pior momento já chegou a 40% , agora está em torno de 25%.

Desde a vitória de Biden e o anúncio da possibilidade de início da vacinação contra o Covid-19 ainda este ano , o que aconteceu no início de novembro, houve um ingresso forte de dólares no Brasil , em especial, na B3, os estrangeiros vieram atrás das pechinchas , empresas brasileiras sólidas e que sofreram muito na pandemia como foi o caso da Petrobrás e dos grandes bancos.

Em um mês, as ações preferenciais da Petrobras subiram 20%, as do Bradesco e do Itaú cerca de 10% e as da Vale , grande beneficiada com a retomada global, com o crescimento forte da China , e por isso mesmo com a disparada do preço do minério no mercado internacional, subiram quase 35%, nos últimos 30 dias. A força da alta do minério e da construção civil turbinou também as ações das siderúrgicas, as ações da CSN subiram 40% e as da Usiminas, 25%. Esse comportamento dessas ações devolveu ao Ibovespa a marca dos 115.000.

Mas além da vacina, da volta da esperança no crescimento global precificada nos índices das bolsas, na queda do dólar e na queda na taxa de juros curtos e longos negociados na B3 e também precificados pelas NTN-Bs negociadas pelo tesouro nacional, a semana trouxe ainda mais novidades …

Na quarta feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central , decidiu por unanimidade manter em 2,00% a taxa Selic , a taxa básica de juros da economia , apesar do incômodo provocado pela inflação de novembro , que voltou a acelerar e atingiu 0,89%. Agora , em 12 meses , a inflação acumulada no País está em 4,31% , e , portanto acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional , que é de 4% , podendo oscilar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Eu, na minha coluna de … expliquei para vocês que o Banco Central havia adotado a partir do Relatório Trimestral de Inflação de setembro , o FORWARD GUIDANCE, que nada mais é do que a prescrição futura , ou seja, um indicativo da intenção, e no caso do Banco Central, da direção do comportamento futuro da taxa de juros.Desde setembro o BC sinalizou a intenção de manter os juros estáveis , em 2%, até o final de 2021.

Com a inflação anualizada acima de 4,00% , no comunicado da reunião do Copom que terminou na quarta feira , o BC já admite  rever ou mesmo retirar o forward guidance se a inflação ultrapassar o centro da meta. Ainda na quarta feira, o IBGE , divulgou o comportamento das vendas ao varejo no mês de outubro , e, pelo sexto mês consecutivo as vendas cresceram tanto no varejo restrito quanto no ampliado , e, pelo terceiro mês consecutivo, no varejo restrito ( que não inclui construção civil e peças e veículos automotores) o volume foi recorde histórico. O recorde anterior era de outubro de 2014.

A alta de 0,9%, em outubro, no varejo restrito, na comparação mês a mês, alcançou o patamar mais elevado da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em janeiro de 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos seis meses, de maio a outubro, o varejo registrou um avanço de 32,9%.

Uma sequência de seis altas seguidas no volume de vendas ao varejo não acontecia desde 2013.Esse resultado extremamente positivo pode ser explicado pelo pagamento do auxílio emergencial que aumentou o volume de dinheiro na economia, e, pela queda histórica da taxa básica de juros, a SELIC, que fez com que as pessoas físicas tomassem mais crédito e consequentemente consumissem mais. 

Com o resultado de outubro, as vendas ao varejo já estão 8,0% acima do patamar de fevereiro, no pré-pandemia. O varejo ampliado, que inclui os setores de veículos e material de construção, está 4,9% acima do nível pré-pandemia, embora ainda opere 1,6% abaixo do pico alcançado em agosto de 2012.

Os destaques positivos e os percentuais de crescimento dos setores em relação aos níveis pré-pandemia são : vendas de material de construção, 21,5%, de móveis e eletrodomésticos, 19,0%, de artigos de uso pessoal e doméstico, 13,3%, de artigos farmacêuticos, 9,6%, e de supermercados, 6,1%.

E para fechar com chave de ouro a semana e turbinar as perspectivas de retomada da economia brasileira, na sexta feira , o IBGE divulgou os números do setor de serviços e assim como os das vendas ao varejo , vieram acima das expectativas : um crescimento de 1,7% quando se esperava 1,2%.Foi a quinta taxa positiva seguida , e , de junho a outubro a alta é de 15,8%. 

A alta de 0,9%, em outubro, no varejo restrito, na comparação mês a mês, alcançou o patamar mais elevado da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em janeiro de 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos seis meses, de maio a outubro, o varejo registrou um avanço de 32,9%.

Uma sequência de seis altas seguidas no volume de vendas ao varejo não acontecia desde 2013.Esse resultado extremamente positivo pode ser explicado pelo pagamento do auxílio emergencial que aumentou o volume de dinheiro na economia, e, pela queda histórica da taxa básica de juros, a SELIC, que fez com que as pessoas físicas tomassem mais crédito e consequentemente consumissem mais. 

Com o resultado de outubro, as vendas ao varejo já estão 8,0% acima do patamar de fevereiro, no pré-pandemia. O varejo ampliado, que inclui os setores de veículos e material de construção, está 4,9% acima do nível pré-pandemia, embora ainda opere 1,6% abaixo do pico alcançado em agosto de 2012.

Os destaques positivos e os percentuais de crescimento dos setores em relação aos níveis pré-pandemia são : vendas de material de construção, 21,5%, de móveis e eletrodomésticos, 19,0%, de artigos de uso pessoal e doméstico, 13,3%, de artigos farmacêuticos, 9,6%, e de supermercados, 6,1%.

E para fechar com chave de ouro a semana e turbinar as perspectivas de retomada da economia brasileira, na sexta feira , o IBGE divulgou os números do setor de serviços e assim como os das vendas ao varejo , vieram acima das expectativas : um crescimento de 1,7% quando se esperava 1,2%.Foi a quinta taxa positiva seguida , e , de junho a outubro a alta é de 15,8%.

Rita Mundim é economista, mestre em Administração e especialista em Mercado de Capitais e em Ciências Contábeis

O conteúdo expresso neste espaço é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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