Site icon DeFato Online

Minas Gerais já registra 15 mortes por dengue em 2023

UBS

Locais com água parada se tornam criadouros para o mosquito da dengue. Foto: Fiocruz/ Raul Santana

Em coletiva realizada nesta segunda-feira (27), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, apresentaram o cenário epidemiológico da dengue, chikungunya e o zika vírus e as ações para enfrentamento às doenças.

De acordo com o último levantamento da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), há 131.032 casos prováveis de dengue, sendo 46.619 confirmados. Até o momento, o estado registrou 15 mortes pela doença em 2023. Em relação à chikungunya, foram notificados 36.011 casos prováveis da doença, sendo 10.895 confirmados e quatro óbitos. O zika vírus é, até então, o que menos circula em Minas Gerais, com cerca de 0,1% de proporção, em contraste com os 78,4% da dengue e 21,5% de chikungunya.

“A ação principal é orientar os municípios e unidades de saúde sobre a condução clínica dos pacientes que venham a procurar atendimento”, reforçou Romeu Zema. “Lembro que sempre podemos contribuir, nas nossas casas. Qualquer vasilha, vaso e reservatório que esteja com água parada é um foco em potencial para a reprodução do mosquito e toda medida que é feita nesse sentido ameniza e muito”, acrescentou.

Segundo o médico e secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, a diferença deste ano é a incidência da chikungunya, pois, historicamente, os casos de dengue são predominantes.

“Temos um fato novo que é a chikungunya, que não circulava em Minas. Neste ano, do número de amostras dos testes realizados, 21,5% são da doença, mas, possivelmente, temos mais casos positivos do que esse total. É um vírus novo que está circulando e pegando a população suscetível. Esse movimento veio do Norte de Minas, porque foi no Sul da Bahia que começou o registro de casos da doença” explicou.

A expectativa, conforme projeções da SES-MG, é que a curva de casos comece a cair em meados de abril.

“Quando olhamos no mapa de incidência, percebemos que o Norte e o Triângulo Mineiro estão com grande número de casos e, agora, esses se espalham pela Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que é muito populosa e, obviamente, a circulação do vírus aumenta. A expectativa é que os casos do Norte do estado entrem em queda, seguido pelo Triângulo, e que, depois, essa curva comece a cair na região metropolitana também, onde o pico dos casos está previsto para o mês de abril”, explicou o secretário.

Novidade no combate

O Governo de Minas anunciou que as obras da Biofábrica Wolbachia começarão na segunda quinzena de abril. O método Wolbachia consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti juntamente com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam no mosquito, contribuindo para a redução da transmissão de arboviroses.

“Com a biofábrica, poderemos ter uma redução expressiva no número de casos”, pontuou o governador. “Provavelmente, este será o último ano aqui em Minas sem que tenhamos essa arma potente pronta para utilizar”, enfatizou o governador, tendo em vista que a expectativa é que a construção seja concluída em maio de 2024.

(Foto: Dirceu Aurélio/Imprensa MG)

A biofábrica será instalada em um terreno do Governo do Estado localizado no bairro Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte, com um valor de construção de mais de R$ 20 milhões.

Em um primeiro momento, atenderá 22 municípios da Bacia do Rio Paraopeba em um primeiro momento (Betim, Brumadinho, Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Curvelo, Esmeraldas, Felixlândia, Florestal, Fortuna de Minas, Ibirité, Igarapé, Juatuba, Maravilhas, Mário Campos, Papagaios, Pará de Minas, Paraopeba, Pequi, Pompéu, São Joaquim de Bicas, São José da Varginha e Três Marias).

Posteriormente, no entanto, segundo o secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, o objetivo será estender a tecnologia para o combate à transmissão dessas doenças em todo o estado.

Exit mobile version