A abertura da “janela partidária”, nesta quinta-feira (5), foi marcada pela debandada de quatro vereadores para o MDB de Itabira. O partido, que antes tinha apenas uma cadeira na Câmara Municipal, ocupada por Adélio Martins da Costa “Decão”, agora passa a ter cinco. Jovelindo Oliveira Gomes, deixou o PTC; Luciano Sobrinho, era do PRTB; Neidson Dias Freitas, do PP; e Paulo Soares de Souza, do PRB. Juntos, agora, eles formam a maior bancada partidária no Legislativo itabirano.
Para formalizar as mudanças e inaugurar o auditório do partido para as eleições, veio à Itabira o deputado federal Newton Cardoso Júnior. Apesar da forte chuva que caiu sobre o município na noite de ontem, a “Casa 15”, como apelidou o deputado, estava lotada.
“O partido multiplica por cinco seu tamanho na Câmara Municipal e coloca uma chapa completa, com participação feminina destacada, com condição de eleger pelo menos quatro cadeiras nas eleições de 2020. Certamente vai ser um partido que vai garantir a estabilidade da condição da Prefeitura e, tenho certeza, que vai ser o diferencial para o destino do município em 2020”, destacou Newton Cardoso Júnior.
O deputado defende que o MDB é “o partido da estabilidade”. No seu entendimento, ao mudar as regras eleitorais e findar as coligações, iniciou-se um movimento no qual as pessoas buscam abrigo em partidos que tenham “história, compromisso, programa e bandeira”.
“O MDB é esse partido. Portanto, não é surpresa ver o crescimento do partido neste ano de 2020. Mas, de fato, o que eu posso transmitir para a população de Itabira, é que estamos acolhendo os melhores companheiros, aqueles que têm mais compromisso com os interesses da cidade. E isso certamente estará colocado à prova nas eleições de 2020”, frisou.
Em seu discurso, o emedebista citou que Itabira tem independência orçamentária, destaque no Estado e no país em termos de arrecadação. Contudo, ponderou a necessidade de pensar no futuro pós mineração. Ele propôs um “pacto” com os correligionários presentes para fazer neste ano uma das maiores eleições pelo MDB e da história de Itabira. Além disso, propôs, a partir de 2021, “marchar juntos em Brasília, no governo do Estado e em todas as entidades onde tivermos necessidade de legitimidade para cobrar uma presença forte e uma briga sem parar a favor de Itabira”.
Após 11 anos a frente do PP itabirano, Neidson Freitas deixou o cargo de presidente do partido e aproveitou a janela partidária para filiar-se ao MDB.
“Decidimos filiar ao MDB no primeiro dia da janela que dá condição da gente fazer a escolha de outro partido. O MDB vai receber várias filiações. O MDB é um partido consolidado. Não é um partido de gaveta, aquele partidinho que só aparece na véspera da eleição”, declarou o ex-progressista.
Ele lembrou que para eleger um vereador em Itabira, nas eleições de outubro, é preciso aproximadamente quatro mil votos na legenda. “Hoje, dentro do MDB Itabira, estamos aproximando de 12 mil votos. São três cadeiras. E vamos caminhar para a quarta com a força de cada um dos pré-candidatos que estão aqui”, afirmou o líder do governo municipal na Câmara ao pedir uma “força tarefa” para encontrar os melhores candidatos. Ainda de acordo com Neidson Freitas, a vinda do deputado à Itabira, nessa noite de inauguração, demonstra que o MDB de Itabira está relacionado com as estruturas Federal e Estadual da política.
Filho do ex-radialista Vicente Sobrinho, da Rádio Itabira, Luciano Sobrinho tem 45 anos e foi candidato nas eleições de 2016 pelo PRTB. Radialista, teve 735 votos, e tomou posse como vereador em agosto do ano passado – após Agnaldo Enfermeiro ter seu mandato suspenso pela Câmara pelo envolvimento no escândalo da rachadinha.
“Para mim é uma alegria muito grande fazer parte deste time. Eu chego para somar. Aqui somos parceiros, uma família, cada um lutando com suas ideias. Mas o ideal tem que ser um só: uma cidade cada vez melhor. Fico honrado pelo convite. A vontade de ganhar tem que ser maior que o medo de perder. Lutem, mas lutem para ganhar. Nem a chuva que caiu hoje, nem as outras que virão irão apagar o fogo do MDB”, disse Luciano Sobrinho.
Jovelindo Oliveira é o vereador mais velho da atual legislatura. Aos 61 anos, chegou à Câmara após conquistar 690 votos. É líder comunitário no bairro Jardim das Oliveira e ligado à Igreja Católica, onde exerce a função de Ministro da Eucaristia. Sua ficha de filiação partidária ainda não foi assinada, mas ele confirma a mudança de partido.
“Respeito o MDB e considero um dos partidos mais organizados. Diferente do PTC, tive que deixar o partido porque não tem representatividade. Estou 99% dentro do MDB e, provavelmente, amanhã ou no máximo segunda-feira assino a ficha”, disse Jovelindo.
Funcionário da Vale desde 1984, Paulo Soares está entre os 30% dos vereadores que conseguiram se reeleger em 2016. Sua história na política está diretamente ligada ao sindicalismo, uma vez que foi presidente do Sindicato Metabase de Itabira e região por quatro mandatos.
“Tenho trabalhado na fiscalização do Executivo. Todo mundo sabe que tenho apoiado o governo, que tenho aprovado os projetos. Desejo boa sorte a todos. Que possamos ser vencedores e buscar o melhor para Itabira”, ressaltou.
Oriundo de uma família tradicional na cidade e engajada na política, Decão está em seu primeiro mandato e obteve 1.065 votos nas eleições de 2016. Ele é o único que tem história no MDB Itabira, partido pelo qual se elegeu.
“Minha família é minha força. Minha família não brinca com política. Faço um trabalho sério e bonito dentro da Câmara”, destacou Decão.
Janela partidária
Começou nesta quinta-feira (5) o período chamado de “janela partidária”, no qual vereadores que pretendem concorrer à reeleição ou ao cargo de prefeito nas eleições municipais de 2020 poderão mudar de partido sem correr o risco de perder o mandato eletivo. O prazo para troca de legenda encerra-se no dia 3 de abril, seis meses antes da realização do primeiro turno do pleito, marcado para 4 de outubro.