Os amantes de café enfrentam uma realidade preocupante: os preços da bebida devem continuar elevados nos próximos meses. Apesar da recente tarifa de 10% imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, a expectativa de que isso resultaria em uma diminuição nas exportações e, consequentemente, uma queda nos preços não se concretizou.
Impacto do tarifaço
Com a implementação da nova tarifa, todos os produtos brasileiros, incluindo o café, sofreram um aumento significativo nas taxas de importação. Por exemplo, a tarifa do café não torrado subiu de 9% para 19%. Os Estados Unidos, sendo o maior importador de café brasileiro, continuam a comprar grandes quantidades, mesmo com a elevação das tarifas. Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostram que, apenas entre janeiro e fevereiro, foram exportadas mais de 1,2 milhão de sacas de café para os EUA.
Dinâmica do mercado internacional
O preço do café no mercado internacional tem se mostrado volátil desde o início das tarifas. A cotação na Bolsa de Nova York caiu cerca de 15% após o anúncio do tarifaço. No entanto, a valorização do café nos meses anteriores foi expressiva, com um aumento de 150%. Esse fenômeno pode ser atribuído a especuladores que adquirem commodities para revender em momentos mais favoráveis, o que torna a previsão de redução de preços incerta.
Três fatores principais devem ser considerados para entender a situação atual: a atuação dos fundos especulativos, a estabilização do cenário econômico pós-tarifaço e o equilíbrio da produção mundial. Além disso, a crise climática tem sido um fator crítico, afetando a produção de café em várias regiões. No Brasil, a próxima safra deve mostrar um aumento na produção do café conilon, mas uma queda na produção do arábica.