O ressurgimento dos bugios-ruivos (Alouatta guariba) em Florianópolis marca um esforço de reintrodução que buscou restaurar a presença desses primatas após 260 anos de extinção. Em 2022, o Instituto Fauna Brasil, em parceria com o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres de Santa Catarina, viabilizou a soltura de cinco grupos de bugios-ruivos na Ilha de Santa Catarina. Este projeto é parte de um esforço global para restaurar o equilíbrio ecológico local.
Por que reintroduzir os bugios-ruivos?
A reintrodução dos bugios-ruivos foi cuidadosamente planejada para garantir a sustentabilidade da população. A Ilha de Santa Catarina oferece um habitat adequado, com capacidade para suportar até aproximadamente 1.452 indivíduos da espécie. O processo de reintrodução incluiu reabilitação dos animais, vacinas contra a febre amarela, e monitoramento com ferramentas avançadas como armadilhas fotográficas e drones térmicos.
Além dos bugios-ruivos, Florianópolis é um local privilegiado para a biodiversidade, abrigando cerca de 120 a 130 espécies de aves. Entre essas espécies estão a aracuã e o tucano-de-bico-preto, que embelezam a Mata Atlântica com suas cores vibrantes. O projeto de reintrodução dos bugios-ruivos ajuda a fortalecer o ecossistema local, ao passo que a presença desses primatas atrai o interesse público para a conservação da natureza.
A atividade de observação de aves, ou birdwatching, ganha impulso com iniciativas como o “Vem Passarinhar”, que envolvem a comunidade e turistas na proteção da natureza. Esses eventos, realizados em locais como o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, sensibilizam os participantes sobre a importância de preservar a fauna local. Assim, o retorno dos bugios-ruivos simboliza não apenas a recuperação da espécie, mas também a integração das ações de conservação com o envolvimento comunitário.