No deserto do Thar, na Índia, as temperaturas podem ultrapassar 50°C, exigindo soluções criativas para manter o conforto térmico nas residências. Moradores localizam na arquitetura sustentável uma resposta eficiente e acessível. Essa prática se concentra na ventilação passiva, aproveitando os recursos naturais para resfriar os ambientes.
Casas na cidade de Bharuch, localizada na costa do Oceano Índico, exemplificam essa abordagem. Elas utilizam técnicas de design passivo que permitem uma redução interna significativa de temperatura, até 8°C, sem necessidade de eletricidade. A chave está na disposição estratégica de janelas e portas para facilitar a ventilação cruzada, além do uso de materiais locais que isolam o calor.
Ventilação passiva: sabedoria ancestral
A ventilação passiva, uma técnica milenar, é central para o resfriamento natural. Posicionar aberturas para maximizar o fluxo de ar interno, em combinação com elementos como brises e pátios sombreados, promove o resfriamento dos espaços. Materiais de construção como pedra e tijolo, que oferecem alta inércia térmica, são amplamente usados para manter a estabilidade da temperatura interna.
A arquitetura indiana também faz uso do efeito Venturi. Espaços estreitos nas construções aceleram a passagem do ar, auxiliando na redução da temperatura ambiente. Isso é observado em torres de vento que capturam e direcionam correntes de ar, aproveitando a circulação natural para resfriar os cômodos.
O uso de materiais como pedra e tijolo é predominante na arquitetura tradicional, devido às suas propriedades térmicas eficazes. Esses materiais garantem o isolamento necessário para enfrentar as variações climáticas extremas, mantendo um ambiente interno agradável sem recorrer a soluções modernas de refrigeração.