Em fevereiro, o Brasil alcançou um marco significativo ao exportar 219 mil toneladas de carne bovina, o maior volume para o mês desde 1997. Essa conquista representa um faturamento aproximado de um bilhão de dólares e reflete um aumento de 7,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O crescimento do faturamento foi ainda mais expressivo, com um aumento de 16,5%, impulsionado pela valorização do dólar.
Principais mercados
As exportações incluem tanto carne in natura quanto processada, com a China e os Estados Unidos se destacando como os principais parceiros comerciais, totalizando juntas 121,3 mil toneladas, o que corresponde a mais da metade das vendas do Brasil no mês. Essa diversificação de mercados tem sido fundamental para o sucesso das exportações brasileiras.
O aumento nas exportações brasileiras é atribuído, em parte, aos desafios enfrentados por concorrentes como Estados Unidos e Austrália, que estão lutando para expandir sua oferta no mercado internacional. Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), destacou que o Brasil tem se beneficiado dessa situação ao diversificar seus mercados e aumentar sua presença em países com alta demanda.
Impacto econômico
O impacto da cotação do dólar também se reflete nos preços recebidos pelos produtores brasileiros. Em 2024, a China pagou US$ 4.440 por tonelada de carne, enquanto neste ano, o valor subiu para US$ 4.819, um aumento de 8,5%.
Economistas, como William Baghdassarian do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), afirmam que esse crescimento nas exportações traz benefícios econômicos, mas alertam que o governo deve implementar medidas para aumentar a oferta de carne bovina, como incentivos de crédito aos produtores.