Em Balneário Camboriú, conhecida como a “Dubai brasileira”, uma casa de madeira situada na Rua 971, número 243, destaca-se em meio à selva de arranha-céus. Esta construção simbólica, com raízes em Lages, sustenta uma história rica e é resistente às constantes ofertas de compra no cenário imobiliário aquecido da cidade.
Arquitetura que desafia o tempo
A casa pertence a Roberto e Marcília Barg, que investiram nela em 1990. Embora utilizada para locação sazonal, a casa nunca foi habitada permanentemente pelo casal. Mais do que uma propriedade, representa um fragmento da história cultural da região, desafiando a modernização e o progresso que a cercam.
Durante décadas, Balneário Camboriú assistiu à demolição de várias estruturas históricas para dar lugar a imponentes empreendimentos. A casa de madeira resiste como uma das últimas testemunhas do passado, refletindo um período em que a arquitetura simples e funcional predomina na paisagem urbana.
Apesar de visada por construtoras, a casa permanece como um símbolo de resistência frente à modernização avassaladora. Para os Barg, ela possui um valor que transcende o monetário, sendo um elo com a tradição e a herança local. Anualmente, uma comunidade católica de Londrina visita Balneário Camboriú e realiza missas dentro da casa, transformando-a em um local espiritual único.
Futuro incerto
O planejamento urbano de Balneário Camboriú continua a priorizar a verticalização. Entretanto, a existência dessa casa suscita questionamentos sobre o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação cultural. Sem proteção oficial como patrimônio, seu futuro é incerto diante das pressões do mercado imobiliário, que visam propriedades de alto padrão com promessas de avanços e melhorias urbanas.