Durante séculos, um enigma intrigou estudiosos, historiadores e curiosos: um fóssil que ganhou o apelido de “dragão arco-íris” devido à sua aparência exótica e envolta em mistério. Este artefato foi descoberto em 1429 pelo xogum Yoshinori Ashikaga, nas dependências do templo Todai-ji, na cidade de Nara, Japão. Desde então, foi cuidadosamente guardado no Shosoin, a antiga Casa do Tesouro do templo, sendo reverenciado e preservado como um objeto raro e enigmático.
No entanto, avanços na ciência moderna permitiram que o mistério fosse finalmente desvendado. Pesquisadores utilizaram ferramentas sofisticadas, como exames de raios-X, tomografias computadorizadas e datação por radiocarbono, para analisar o fóssil com profundidade.
O resultado surpreendeu a todos: o famoso “dragão” era, na verdade, uma marta — um pequeno mamífero carnívoro comum em várias regiões do Japão. A confusão se deu, entre outros fatores, pela ausência das patas dianteiras no fóssil, o que deu à silhueta um aspecto mais alongado e incomum, facilmente associado a representações mitológicas.
Investigação científica
A identificação correta foi possível graças à análise das características dentárias e do esqueleto do animal, que correspondiam ao gênero Martes. A hipótese mais aceita é que o animal tenha entrado no templo durante as reformas realizadas entre os séculos XI e XII e acabou morrendo ali, sendo posteriormente mumificado de forma natural.
Essa descoberta não apenas esclarece um mito antigo, como também reforça a importância das tecnologias modernas na reinterpretação de artefatos históricos. O caso do “dragão” é um exemplo claro de como a ciência pode lançar nova luz sobre crenças seculares, revelando fatos com precisão e contribuindo para o conhecimento histórico.