O complexo portuário de Santa Catarina, um dos principais do Brasil, está enfrentando um entrave significativo: os destroços do navio Pallas, que naufragou em 1893 durante a Revolta da Armada. Localizado no canal entre Itajaí e Navegantes, o Pallas tornou-se um obstáculo para a modernização e expansão das operações do porto, o terceiro maior do país em movimentação de contêineres.
A embarcação, que transportava alimentos e passageiros entre o Rio de Janeiro e Buenos Aires, está bloqueando a passagem de navios maiores, essenciais para a competitividade do porto. A remoção dos destroços, divididos ao meio e cobertos por lama, é urgente para permitir a dragagem e aprofundamento do canal. Isso possibilitaria a atracação de navios com até 400 metros de comprimento.
Desdobramentos históricos e técnicos
A descoberta do Pallas ocorreu em 2017 durante as obras de atualização do canal. Mergulhadores confirmaram a localização do navio em uma área de fortes correntes e baixa visibilidade. A remoção requer coordenação técnica e aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entre outras autoridades.
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) prevê que, uma vez resolvido o problema do Pallas, o porto poderá aumentar significativamente sua capacidade. O orçamento das obras de modernização está na casa dos milhões de reais, e a remoção do navio é um passo crucial.
A retirada do Pallas é mais do que uma questão técnica: é um marco para o futuro do transporte marítimo em Santa Catarina. Com a conclusão das obras, o porto de Itajaí e Navegantes poderá alcançar novos níveis de movimentação e relevância no cenário nacional e internacional.