No primeiro trimestre de 2025, o agronegócio brasileiro registrou um aumento significativo nos pedidos de recuperação judicial, com um total de 341 empresas da área em dificuldade financeira. Entre essas, especificamente no segmento de cultivo de soja, foram identificados 124 casos. Este crescimento de 38% em relação ao ano anterior destaca uma crise em evolução no setor, colocando em questão a eficiência das práticas de gestão financeira adotadas por várias companhias.
Setores mais cometidos: soja e cana-de-açúcar
O segmento de soja se mostra altamente impactado, seguido por outros setores como a criação de bovinos e o cultivo de cana-de-açúcar. A gestão financeira, muitas vezes ineficaz, associada a condições de mercado desafiadoras, força essas empresas a recorrer à recuperação judicial como uma medida desesperada para evitar a falência. O aumento das taxas de juros e o acesso restrito a financiamentos têm agravado a situação, tornando a reestruturação judicial uma necessidade.
Mato Grosso, líder tradicional do agronegócio, enfrenta os maiores desafios, com um aumento expressivo nos pedidos de recuperação judicial desde 2021. Altos custos operacionais, mudanças severas no clima e encarecimento do crédito são fatores contribuintes críticos que têm tornado a situação financeira das empresas no estado ainda mais precária.
De acordo com o Serasa Experian, apenas 25% das empresas que entram em recuperação judicial conseguem efetivamente se reerguer. Melhorias estruturais são imperativas. Medidas como a diversificação de cultivos, aprimoramento da gestão de fluxo de caixa e negociação de condições contratuais são vistas como passos essenciais para alcançar a sustentabilidade.
Os dados recentes ilustram um cenário preocupante para o agronegócio, um setor crucial da economia brasileira. Reformas na gestão financeira e políticas públicas adequadas são urgentes para estabilizar e promover o crescimento contínuo desse segmento vital.