A iminente decisão judicial relacionada a cortes na geração de energia por usinas eólicas e solares pode impactar financeiramente os consumidores brasileiros. Desde agosto de 2023, essas usinas vêm enfrentando cortes devido a falhas nos equipamentos de controle de tensão e limitações na infraestrutura de transmissão. Caso o ressarcimento pelos prejuízos, estimados em R$2,5 bilhões, seja autorizado, haverá um aumento das tarifas devido aos encargos de Encargo de Serviços de Sistema (ESS).
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) destaca que os cortes por indisponibilidade externa impactam diretamente as tarifas. No entanto, as usinas contestam a legitimidade dessa regra, gerando uma série de disputas judiciais que aguardam resolução.
Desafios operacionais das usinas renováveis
Com a expectativa de que 51% da capacidade instalada em energia do Brasil seja de fontes renováveis até 2028, os desafios operacionais, como oscilações diárias de produção, se acentuam. As usinas solares e eólicas dependem de condições naturais, como irradiação solar e vento, respectivamente.
Esses fatores tornam complexa a operação de rede, pressionando usinas hidrelétricas e térmicas a preencher lacunas de energia. Os gargalos na transmissão, especialmente do Nordeste para outras regiões, agravam a situação, prejudicando economicamente as usinas e reduzindo o interesse de novos investimentos.
Os cortes na geração de energia já prejudicaram usinas como a solar Banabuiu, no Ceará, com perdas de geração superiores a 50%. Com ações judiciais em curso, as geradoras buscam compensação financeira e alertam que, sem soluções adequadas, a expansão futura do setor renovável pode ser comprometida. O governo tenta aliviar essa pressão por meio de novos leilões de infraestrutura, mas enfrenta atrasos.