Os cursos de educação a distância (EaD) apresentam desafios em alcançar altos padrões de qualidade, conforme indicado pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2023. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelou que somente 1% dos 692 cursos EaD avaliados obtiveram a nota máxima. Esses resultados evidenciam uma diferença considerável em relação aos cursos presenciais, onde 6,2% atingiram a graduação de excelência em 2022.
Números reveladores
A avaliação do Enade considera o desempenho dos alunos, a qualificação dos professores e a qualidade dos materiais pedagógicos. Em 2022, 26,6% dos cursos EaD conseguiram notas 4 ou 5, enquanto 38% dos cursos presenciais alcançaram esses conceitos satisfatórios. Esses dados destacam as dificuldades enfrentadas por cursos a distância em competir em igualdade de condições com os presenciais.
O Conceito Preliminar de Curso (CPC) é a principal métrica utilizada na avaliação do Enade, englobando vários fatores além do desempenho dos estudantes. Para cursos EaD, desafios adicionais incluem garantir consistentemente um corpo docente qualificado e prover recursos didáticos adequados, aspectos em que falham, muitas vezes, em atingir padrões satisfatórios.
Futuro do ensino a distância
Com cerca de 4,9 milhões de estudantes matriculados em EaD, que compõem quase metade dos graduandos brasileiros, a pressão por melhorias nesses cursos é evidente. O Ministério da Educação (MEC), em levantamentos até outubro de 2023, mostrou que 33,7% dos cursos EaD ficaram com notas 1 e 2, classificadas como insatisfatórias, em comparação com 28% dos cursos presenciais. O avanço na qualidade dos cursos EaD será essencial para atender às expectativas crescentes dos estudantes.