Em 2015, uma descoberta intrigante chamou a atenção do mundo acadêmico e cultural: a múmia de um monge budista foi encontrada dentro de uma estátua de Buda com mil anos de idade. A estátua, que inicialmente parecia uma obra de arte comum, revelou um segredo surpreendente quando um comprador a levou para restauração. O exame por tomografia computadorizada no Centro Médico Meander, na Holanda, revelou que a estátua de 1,2 metro de altura continha os restos mumificados de um monge.
A história do monge
A múmia pertencia a um homem de 30 a 50 anos, que provavelmente foi mantido em um mosteiro por cerca de 200 anos antes de ser transformado em uma estátua banhada em ouro. Seus órgãos foram removidos e substituídos por papeis com caracteres chineses antigos. A posição de lótus em que a múmia estava sentada, sobre panos com inscrições, indica um profundo significado espiritual.
Acredita-se que a múmia seja do monge Liuquan, um praticante da Escola Chinesa de Meditação que viveu por volta do ano 1100. Liuquan teria se submetido ao processo de automumificação, uma prática que envolve a meditação enquanto é enterrado vivo, visando uma preparação espiritual para a vida após a morte. Essa tradição é comum em várias culturas budistas, incluindo Japão, China e Tailândia.
A estátua, exposta no Museu Drents na Holanda, pertencia ao colecionador Oscar van Overeem, que a comprou por 40 mil euros em 1996. A cidade chinesa de Yangchun alega que foi roubada em 1995 e, após a descoberta da múmia, reivindicou sua devolução em 2018. Van Overeem negou que a peça fosse a mesma, mas se mostrou disposto a colaborar na restituição.