Um estudo recente conduzido por cientistas das universidades Chung-Ang e Yonsei, na Coreia do Sul, traz à tona preocupações sobre os efeitos do trabalho excessivo na saúde cerebral. A pesquisa analisou profissionais de saúde que enfrentam longas jornadas de trabalho, revelando alterações significativas na estrutura do cérebro daqueles que trabalham 52 horas ou mais por semana.
Impactos estruturais no cérebro
Os resultados do estudo indicam que o excesso de trabalho pode causar mudanças nas regiões cerebrais responsáveis pela função executiva e pela regulação emocional. Técnicas de neuroimagem mostraram que áreas como o giro frontal médio e a ínsula apresentaram aumento de volume entre os profissionais sobrecarregados. Essas regiões são essenciais para funções cognitivas, atenção e processamento emocional, sugerindo que a carga de trabalho excessiva pode estar ligada a desafios cognitivos e emocionais.
Na Coreia do Sul, o limite legal de trabalho é de 52 horas semanais, mas a prática de trabalhar além desse limite se tornou uma questão de saúde pública. O estudo revelou que os profissionais mais sobrecarregados eram, em média, mais jovens e altamente educados, levantando questões sobre as implicações sociais e de saúde pública desse fenômeno.
Pesquisas anteriores já haviam documentado os efeitos negativos das longas jornadas de trabalho, incluindo um estudo de 2021 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estimou que o excesso de trabalho contribuiu para mais de 745.000 mortes em um ano. Além disso, longas horas de trabalho estão associadas a um maior risco de doenças como diabetes e declínio cognitivo.