Com décadas de experiência pastoral nas Filipinas, o cardeal Luis Antonio Tagle é um nome forte nas especulações sobre a sucessão papal. Diferentemente de figuras como o cardeal Pietro Parolin, conhecido por sua atuação diplomática e jurídica no Vaticano, Tagle construiu sua trajetória liderando a Igreja diretamente entre o povo.
A influência da Igreja Católica nas Filipinas é expressiva: cerca de 80% da população se declara católica. Atualmente, o país conta com um número recorde de cinco cardeais, o que pode representar uma base sólida de apoio caso Tagle entre na disputa pelo papado.
Caso seja eleito, ele poderá se tornar o primeiro papa asiático da história. Conhecido por seu perfil moderado e sensível às questões sociais, Tagle já foi apelidado de “Francisco asiático”, em referência à semelhança com o atual pontífice, especialmente no que diz respeito à empatia com migrantes e ao compromisso com os mais pobres.
Embora siga a doutrina tradicional da Igreja — é contra o aborto, que classifica como “uma forma de assassinato”, e também se posiciona contra a eutanásia —, o cardeal demonstrou abertura em outras frentes. Em 2015, quando era arcebispo de Manila, defendeu que a Igreja reavaliasse sua postura “severa” diante de pessoas LGBTQIA+, mães solo e divorciados. Segundo ele, esse rigor causou danos profundos e deixou muitos se sentindo “marcados”, destacando que todo indivíduo merece compaixão e respeito.
Tagle já era apontado como um possível sucessor no conclave que elegeu Francisco, em 2013. Na época, reagiu com leveza às especulações: “Levo como uma piada! Acho engraçado”, declarou.
Agora, mais de uma década depois, seu nome volta a ganhar força entre os bastidores da Igreja. E, para muitos, a possibilidade de um papa asiático parece cada vez menos uma piada — e cada vez mais uma realidade.