Pesquisadores australianos anunciaram uma descoberta surpreendente: o crustáceo Alicella gigantea, antes considerado raro, está distribuído por cerca de 59% dos oceanos do planeta. Medindo até 34 centímetros, esse anfípode revela-se mais comum do que se imaginava. As revelações foram publicadas em outubro de 2023, destacando a adaptação dessa espécie a habitats desafiadores.
Graças a tecnologias avançadas, como câmeras HD e sistemas autônomos, cientistas conseguiram mapear o habitat do Alicella gigantea. Encontrado em profundidades que variam de 4.850 a 7.000 metros, o crustáceo ocupa lugares profundos e hostis. Esse fato explica a percepção histórica de sua raridade. A pesquisa enfatiza a presença do animal principalmente nos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico, ampliando drasticamente nossa compreensão sobre sua distribuição global.
Uniformidade genética: um achado intrigante
Outro destaque do estudo é a uniformidade genética dessa espécie. Sequenciamentos genéticos de espécimes coletados em diferentes oceanos demonstraram variações mínimas. Tal constatação sugere que Alicella gigantea se dispersou recentemente em decorrência de eventos geológicos e climáticos do passado, como a formação de passagens oceânicas.
Ainda que o Alicella gigantea tenha impressionado com sua dispersão global, existem lacunas sobre seu genoma. Apesar dos avanços, apenas três genomas mitocondriais e três transcriptomas de anfípodes hadais foram estudados até agora.
Tais limitações dificultam a compreensão de como essa espécie se adapta a condições extremas de pressão e escuridão. As próximas décadas prometem novas descobertas, à medida que avanços tecnológicos possibilitam sequenciamentos mais detalhados.
A pesquisa revela que o Alicella gigantea é mais do que um crustáceo raro; trata-se de um habitante comum, adaptado a viver em condições extremas. O estudo de sua ecologia e evolução continua, prometendo preencher lacunas sobre a biodiversidade nas zonas profundas dos oceanos.