A Polícia Federal desarticulou um esquema de fraude no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que desviou R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos. A quadrilha envolvida, composta por criminosos e funcionários da Caixa Econômica Federal, operava através do aplicativo Caixa Tem. Esse golpe afetou milhares de beneficiários em todo o Brasil, muitos dos quais dependem desses recursos para sua subsistência.
Como funcionava o golpe?
Os criminosos acessaram dados pessoais de CPFs por meio de fontes ilegais na internet. Esses dados, então, eram utilizados com a ajuda de funcionários corruptos da Caixa para modificar cadastros no aplicativo Caixa Tem. Alterando os e-mails cadastrados, eles conseguiam gerar novas credenciais de acesso e assumir o controle das contas. Isto permitia realizar transferências, pagamentos de boletos e saques.
Os fraudadores utilizavam um software que transformava computadores em múltiplos dispositivos móveis, o que permitia acessar e controlar várias contas simultaneamente. Essa combinação de tecnologia sofisticada e colaboração interna sustentou o esquema por anos, sem detecção imediata.
O golpe deixou muitos beneficiários, especialmente os de programas sociais, sem acesso a fundos vitais. O processo de ressarcimento tem sido lento, o que continua a prejudicar significativamente aqueles que dependem desses benefícios. Em uma ação recente da Polícia Federal, operações foram realizadas em 14 cidades do Rio de Janeiro, resultando na apreensão de celulares e computadores.
A Caixa Econômica está investindo em segurança avançada, como a implementação de biometria e monitoramento por inteligência artificial. Apesar da promessa de intensificação das medidas de segurança, muitos membros da quadrilha ainda respondem em liberdade devido à classificação do crime como de menor potencial ofensivo na legislação brasileira.