O índice de analfabetismo funcional no Brasil revela-se preocupante em 2025, atingindo 29% da população entre 15 e 64 anos, conforme divulgado pelo Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). Esta situação indica que quase um terço dos brasileiros enfrenta dificuldades para interpretar textos e resolver problemas do cotidiano. O índice, praticamente inalterado desde 2018, demonstra a contínua precariedade na educação do país.
A pesquisa do Inaf avalia capacidades essenciais, como leitura, escrita, matemática e resolução de problemas, utilizando uma amostra de 2.554 brasileiros de diversas regiões e níveis educacionais. Os resultados mostraram que 36% possuem alfabetismo elementar, enquanto apenas 10% atingem o nível proficiente. Além disso, entre os jovens de 15 a 29 anos, 39% permanecem com alfabetismo elementar, evidenciando uma defasagem educacional significativa.
Impacto da era digital
A avaliação do Inaf de 2025 trouxe, pela primeira vez, um recorte sobre a inclusão digital. Foi evidenciado que as habilidades tecnológicas variam conforme o grau de alfabetismo. Aproximadamente 40% daqueles com nível proficiente enfrentam dificuldades em tarefas digitais, como preencher formulários ou fazer compras online, enquanto 95% dos que são considerados analfabetos têm sérias dificuldades em realizar até mesmo atividades simples na internet.
Os dados do Inaf levantam questões prementes sobre a qualidade da educação no Brasil. Embora a frequência escolar tenha aumentado, a qualidade da aprendizagem não acompanhou esse crescimento. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) também está em declínio, com uma redução significativa nas matrículas.
Revisar e aprimorar as metodologias educacionais é urgente para superar esse cenário. É fundamental que o sistema educacional brasileiro integre abordagens práticas e digitais ao currículo, visando preparar os jovens para a vida e garantir que se tornem cidadãos plenamente capazes de lidar com um mundo em transformação.