Uma particularidade interessante entre as línguas espanhola e portuguesa é a ausência da letra “ñ” no alfabeto português, enquanto ela é uma característica essencial do espanhol. Esta letra, que não encontra equivalente direto em português, tem suas raízes na evolução histórica distinta de cada uma das línguas. Esse diferencial é evidente em expressões culturais e linguísticas presentes principalmente em países de língua espanhola.
A origem da letra “ñ” remonta à Idade Média. Durante esse período, os monges escribas procuravam maneiras práticas de economizar espaço em pergaminhos. Eles começaram a substituir a sequência de duas letras “nn” por um único “ñ”, com um til sobreposto. Essa prática se consolidou no espanhol moderno, reforçando sua identidade linguística. No Brasil, a representação do mesmo som é feita através do dígrafo “nh”, sem a adoção de uma letra única.
A representação fonética no português
No português, a combinação “nh” é a única forma usada para reproduzir o som do “ñ” espanhol. Exemplos clássicos dessa diferenciação incluem palavras como “ano” e “banho” em português, comparadas a año e baño no espanhol. Essas variações não interferem apenas na pronúncia, mas também aumentam a complexidade de tradução e aprendizagem para falantes de ambas as línguas, especialmente aqueles que estudam espanhol e português simultaneamente.
Além da diferença alfabética, os falsos cognatos emergem como um desafio para estudantes dos dois idiomas. Palavras como “embarazada” (grávida, em espanhol) e “embaraçada” (confusa, em português) exemplificam esse fenômeno, frequentemente causando mal-entendidos. Tais divergências não apenas complicam a comunicação, mas também evidenciam a riqueza e diversidade das duas línguas.
Atualmente, não há movimentos significativos para alterar os alfabetos nos países de língua espanhola ou portuguesa. Estudos continuam a enfatizar a importância dessas diferenças na promoção da interação cultural e no aprendizado bilíngue.