A Ilha Queimada Grande, também conhecida como Ilha das Cobras, é um local único situado a 35 quilômetros do litoral de São Paulo. Esta ilha recebe atenção de cientistas por abrigar uma das maiores concentrações de cobras venenosas no mundo, especialmente a jararaca-ilhoa. O acesso ao local é extremamente restrito, disponível apenas para pesquisadores autorizados devido à alta densidade de cobras e às condições perigosas de visitação.
Pesquisadores do Instituto Butantan estudam há anos a evolução das serpentes da ilha. A jararaca-ilhoa desenvolveu um veneno cinco vezes mais potente que o de suas parentes continentais, adequado para capturar aves migratórias, sua principal fonte alimentar. A pressão evolutiva devido ao isolamento geográfico, há aproximadamente 10 mil anos, fez com que as serpentes se adaptassem de maneira única às condições do local.
Ecossistema singular e restrições de acesso
Além das cobras, a Ilha Queimada Grande abriga uma rica variedade de aves, como a fragata e o gaivotão, além de populações de morcegos e tartarugas. Este ecossistema faz da ilha um importante laboratório natural para estudos de biodiversidade. No entanto, para proteger a flora e fauna locais, as visitas são controladas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e realizadas apenas sob autorização.
O mar em volta da ilha também oferece um espetáculo natural, com águas ricas em vida marinha, mas o mergulho deve ser cuidadosamente planejado e está sujeito a regulamentações rigorosas. Tais medidas garantem que o ambiente permaneça inalterado, essencial para a continuidade das pesquisas científicas.
Entre as medidas de proteção, a regulamentação rigorosa de visitas e a manutenção das normas de conservação são essenciais para preservar a Ilha Queimada Grande. Pesquisas contínuas sobre o veneno das serpentes locais têm potencial para desenvolver novos medicamentos.