O governo de Lula está considerando uma mudança no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), propondo substituir os vales-refeição por repasses diretos via Pix. Essa medida visa reduzir custos e garantir que os trabalhadores recebam o valor integral, sem taxas de empresas emissoras de cartões. A implementação depende de ajustes legais e está sendo analisada pelos ministérios da Fazenda, Trabalho e Emprego e Casa Civil.
Atualmente, as empresas de cartões de benefícios cobram taxas de 3,5% a 4% sobre refeições, repassadas a restaurantes e supermercados, que podem aumentar preços para os consumidores. Um novo modelo busca eliminar essas taxas, aumentando o poder de compra dos trabalhadores e aliviando a inflação nos alimentos. Essa reformulação visa ajudar famílias de baixa renda a enfrentar pressões econômicas.
Desafios legais e resistência no setor
O principal desafio para implementar a mudança são as questões legais. O Banco Central participa das discussões, mas não será o regulador do setor. Essa função deverá ser assumida pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Além disso, a proposta enfrenta resistência das empresas do setor de benefícios, que argumentam que a mudança pode transformar o benefício em item salarial. Isso acarreta encargos trabalhistas e previdenciários, desestimulando a oferta do benefício por parte das empresas.
Até o final do próximo mês, o governo espera apresentar uma proposta inicial de regulamentação. A intenção é não apenas reduzir custos, mas também enfrentar o aumento dos preços dos alimentos. As negociações com o setor privado serão cruciais para uma transição eficaz. O resultado final dependerá de ajustes legais e da capacidade de responder às preocupações das empresas e dos trabalhadores, garantindo que o programa atenda às necessidades de todos os envolvidos.