Em fevereiro de 2023, o Japão anunciou oficialmente o encerramento do projeto Mitsubishi SpaceJet, encerrando um capítulo importante na tentativa do país de se firmar no setor da aviação comercial. O programa, que começou em 2008 sob o nome de Mitsubishi Regional Jet (MRJ), foi posteriormente rebatizado como SpaceJet em 2019. A proposta era ousada: criar um jato regional moderno, eficiente e competitivo frente a rivais consolidados como a brasileira Embraer e a canadense Bombardier.
No entanto, após mais de uma década de trabalho, o projeto não resistiu aos inúmeros atrasos, dificuldades técnicas e desafios financeiros. Apesar do grande investimento, estimado em bilhões de dólares, o SpaceJet nunca chegou a ser produzido em escala comercial.
Motivos do cancelamento
O cancelamento não foi uma surpresa completa para o mercado. Desde o início, o projeto enfrentou obstáculos sérios, como atrasos em certificações, revisões constantes no design e falta de clientes firmes. Com o tempo, tornou-se evidente que o custo de seguir adiante superava os potenciais ganhos. A pandemia de COVID-19, que desacelerou drasticamente o setor aéreo mundial, agravou ainda mais o cenário, tornando o projeto economicamente inviável.
É importante esclarecer que, embora o nome Mitsubishi esteja presente tanto no setor automotivo quanto na indústria aeroespacial, são empresas distintas. A responsável pelo desenvolvimento do SpaceJet foi a Mitsubishi Heavy Industries (MHI), uma gigante da engenharia japonesa especializada em tecnologia aeroespacial, energia e defesa.
Já a Mitsubishi Motors, conhecida no Brasil por veículos como o Pajero e o L200, atua exclusivamente na produção de automóveis e opera de forma independente, apesar de também integrar o conglomerado Grupo Mitsubishi.