Recentemente, os membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) firmaram um acordo significativo que visa preparar o mundo para futuras pandemias, aprendendo com as lições da Covid-19. Este pacto, que se tornou um marco na história da saúde global, aborda questões cruciais como a distribuição justa de vacinas e medicamentos entre países ricos e pobres.
Desafios e conquistas
As negociações para o pacto não foram fáceis. Um dos principais obstáculos foi a equidade no acesso a tratamentos e vacinas, um tema que se tornou ainda mais relevante após a pandemia. Apesar das dificuldades, o acordo foi considerado uma vitória para a OMS, especialmente em um contexto onde o financiamento da organização tem enfrentado cortes significativos, especialmente por parte dos Estados Unidos.
Nina Schwalbe, fundadora do think tank Spark Street Advisors, destacou a importância do multilateralismo, afirmando que, mesmo sem a participação dos EUA, os países estão comprometidos em trabalhar juntos para enfrentar desafios globais.
Estrutura do acordo
Este é apenas o segundo acordo vinculante na história da OMS, o primeiro tendo sido em 2003, sobre controle do tabaco. O novo pacto exige que os governos desenvolvam políticas nacionais que garantam o acesso a medicamentos e vacinas durante pandemias. Essa abordagem inovadora visa corrigir desigualdades estruturais na saúde global.
O artigo nove do acordo é particularmente relevante, pois estabelece diretrizes claras para a pesquisa e desenvolvimento de ferramentas de saúde, assegurando que sejam acessíveis a todos os países.
Ricardo Matute, assessor de engajamento político do Centro de Saúde Global do Instituto de Pós-Graduação de Genebra, afirmou que o acordo fortalece os membros da OMS em termos de preparação e resposta a pandemias. As medidas incluem uma supervisão mais eficaz das cadeias de suprimento de materiais médicos, como vacinas e equipamentos de proteção, além de fomentar a produção local durante crises de saúde.