Os pedidos de recuperação judicial no agronegócio brasileiro aumentaram significativamente em 2024. De acordo com a Serasa Experian, houve um crescimento de mais de 432% comparado ao ano anterior, totalizando 1.272 novos registros. Esse aumento dramático reflete as dificuldades financeiras enfrentadas pelo setor devido a uma combinação de fatores climáticos e econômicos adversos.
Em 2024, os produtores rurais enfrentaram eventos climáticos severos, como secas no Centro-Oeste e enchentes no Sul, que comprometeram severamente as safras e impactaram sua saúde financeira. Além disso, a alta nos juros tornou-se um obstáculo financeiro, com os encargos chegando a 20%, enquanto a margem lucrativa dos produtores ficava entre 7% e 8%.
Setores e regiões mais impactados
Os setores mais afetados incluem o cultivo de soja, a pecuária de corte e o plantio de cereais. Geograficamente, Mato Grosso e Goiás lideraram em termos de pedidos de recuperação judicial, registrando 57 e 54 solicitações respectivamente. São Paulo e Paraná também apresentam números significativos de pedidos.
O aumento nos pedidos de recuperação judicial se deve, em parte, à proteção que esse procedimento oferece aos produtores, permitindo que eles reestruturem suas dívidas e suspendam execuções de crédito temporariamente. Isso proporciona um alívio necessário e ajuda a evitar falências imediatas.
O agronegócio brasileiro precisa de políticas eficazes para superar os desafios econômicos e climáticos em andamento. A continuidade desses fatores sugere que o setor precisará continuar a adaptar-se às circunstâncias para evitar mais recuperações judiciais. Com a participação vital do agronegócio na economia nacional, acompanhar essas dinâmicas será crucial para o desenvolvimento futuro do setor.