Os oceanos da Terra, que exibem um azul profundo nas imagens espaciais, podem voltar a ter uma coloração esverdeada. Um estudo recente publicado na revista Nature sugere que há bilhões de anos, os mares do planeta eram verdes devido à presença de ferro oxidado e à evolução da fotossíntese. Pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, indicam que processos biológicos e químicos recentes podem alterar essa coloração.
Durante o Éon Arqueano, entre 4 e 2,5 bilhões de anos atrás, os oceanos eram ricos em ferro dissolvido. Sem oxigênio livre na atmosfera, organismos primitivos realizavam fotossíntese anaeróbica, usando o ferro no processo. Isso resultava em mares de coloração esverdeada. Esse cenário começou a mudar com a evolução de organismos que oxidavam ferro, introduzindo lentamente oxigênio na atmosfera e nos oceanos.
O papel da fotossíntese e alterações climáticas
A evolução da fotossíntese transformou a química dos oceanos, levando à sua coloração azul atual. No entanto, fenômenos contemporâneos podem estar revertendo essa trajetória. O aquecimento global está promovendo o aumento da população de fitoplânctons, microorganismos que utilizam clorofila para fotossíntese, conferindo um tom esverdeado à água.
Pesquisas indicam que estas mudanças já começaram. Imagens de satélite revelam que, nos últimos 20 anos, mais de 50% das águas oceânicas apresentaram alterações de cor. Regiões tropicais, próximas ao Equador, tornaram-se visivelmente mais verdes devido a essas mudanças ecossistêmicas.
Os cientistas monitoram de perto essas alterações, cientes de que a cor do oceano é um indicador de sua saúde. A pesquisa contínua é essencial para entender as complexas interações químicas e biológicas, que podem prever e mitigar futuras mudanças na cor dos oceanos. A exata tonalidade que os mares adotarão no futuro ainda é incerta, mas continuará a ser um reflexo direto do estado do nosso planeta.