Os efeitos nocivos da dependência do tabagismo sobre o sistema respiratório são bem documentados. No entanto, uma nova pesquisa da USP revela graves consequências do cigarro no sistema musculoesquelético. O estudo, realizado no Instituto dos Laboratórios de Investigação Médica do Hospital das Clínicas, explora pela primeira vez o impacto do tabaco sobre ossos e articulações, destacando a necessidade de atenção a essa questão de saúde pública.
A pesquisa mostrou que o fumo acelera inflamações nas articulações e compromete células como os condrócitos. Isso resulta em uma menor produção de proteoglicanos, essenciais para a integridade das articulações. O efeito prejudicial do cigarro vai além do respiratório, afetando diretamente a estrutura física ao enfraquecer ossos, músculos e articulações.
Danos celulares específicos
Estudos publicados na revista Cells revelaram que a fumaça do cigarro pode induzir a morte de condrócitos. Embora não haja estudos específicos detalhando os mecanismos, pesquisas indicam que o tabagismo altera o funcionamento celular, aumentando o risco de inflamação e fragilidade estrutural. A ativação da enzima Rho quinase, associada ao cigarro, também compromete a função dos osteoblastos, essenciais para a formação óssea.
Além dos danos, há esperança. O exercício físico regular pode mitigar os prejuízos do cigarro. Atividades aeróbicas e de fortalecimento têm se mostrado eficazes na melhora das funções físicas e no fortalecimento do sistema imunológico. O exercício ajuda a regular a inflamação e a promover um estilo de vida mais saudável, sendo crucial para fumantes e ex-fumantes.
O estudo da USP destaca a urgência de estratégias integradas para prevenir e reabilitar os danos causados pelo tabagismo no sistema musculoesquelético. À medida que mais pesquisas são feitas, a expectativa é encontrar novas terapias que promovam a recuperação do corpo.