Um grupo de cientistas britânicos, liderado por Marion Cromb, da Universidade de Southampton, realizou um feito inédito na astrofísica: a criação do primeiro simulador de buracos negros em laboratório. O experimento, desenvolvido em outubro de 2023, utiliza cilindros de alumínio giratórios combinados com bobinas eletromagnéticas para gerar campos magnéticos capazes de imitar comportamentos observados nesses corpos celestes tão enigmáticos.
Entenda como o simulador funciona
Baseado em teorias formuladas na década de 1970, o simulador consegue reproduzir a chamada amplificação da energia rotacional. Esse fenômeno ocorre quando os cilindros giram no mesmo sentido e em velocidade maior do que o campo magnético gerado pelas bobinas. Nessa condição, a energia do sistema é intensificada. Quando há desalinhamento entre o giro dos cilindros e o campo magnético, o sistema se torna instável — comportamento que lembra as reações observadas nas proximidades de buracos negros reais.
O avanço representa um passo crucial na compreensão dos buracos negros, que até então eram estudados principalmente por meio de observações astronômicas e simulações computacionais. O simulador permite explorar, em ambiente controlado, como esses corpos interagem com o espaço ao redor e como a energia se comporta em contextos extremos. Isso pode levar à revisão de teorias já estabelecidas e à formulação de novas hipóteses sobre a física do universo.
Embora ainda não ofereça respostas definitivas, o simulador serve como uma ferramenta poderosa para futuras investigações. Seu potencial abrange áreas como relatividade geral, física de partículas e mecânica quântica. A ideia é que, com testes mais avançados, os cientistas consigam simular outras características dos buracos negros e compreender melhor as forças envolvidas nesses fenômenos.