Um estudo recente revelou comportamentos agressivos nos primeiros dinossauros predadores do Brasil, os herrerassaurídeos. Conduzido pela Universidade Federal de Santa Maria e pela Universidad Nacional de San Juan, a pesquisa analisou fósseis do Triássico Superior, encontrados no sul do Brasil e na Argentina. Os pesquisadores descobriram que 43% dos crânios desses dinossauros apresentavam lesões indicativas de agressões, apontando para interações sociais complexas.
Os fósseis analisados são de dinossauros que viveram há cerca de 230 milhões de anos. As lesões encontradas, tais como sulcos e cavidades, incluem sinais de cicatrização, indicando que os animais sobreviveram a confrontos violentos. Isso marca o registro mais antigo conhecido de comportamento agressivo em dinossauros, fornecendo um novo entendimento sobre suas relações sociais.
Implicações para a paleontologia
A descoberta desafia a visão de que os primeiros dinossauros eram simples e pouco competitivos. Os padrões de lesões mostram que disputas frequentes ocorreram entre os herrerassaurídeos, sugerindo talvez competição por recursos ou parceiros. Este comportamento já havia sido documentado em dinossauros do Jurássico e Cretáceo, mas sua presença em espécies tão antigas é inédita.
As cicatrizes nos fósseis servem como marcas vitalícias das agressões, oferecendo insight sobre os primeiros passos evolutivos desses predadores. Esta pesquisa destaca a importância da paleontologia no Brasil e abre portas para novos estudos sobre a dinâmica social dos dinossauros. Os achados proporcionam uma nova perspectiva sobre a evolução de comportamentos sociais e estruturas físicas, como possíveis ornamentos cranianos.
Esses resultados, divulgados em maio de 2023, evidenciam que a agressividade foi um traço significativo na evolução inicial dos herrerassaurídeos. Pesquisas futuras poderão focar em analisar outros fósseis para confirmar e expandir este entendimento, estabelecendo paralelos com interações sociais em outras espécies pré-históricas.