Uma descoberta notável foi realizada no Museu de Antropologia e Etnografia da Universidade de Turim, na Itália. Uma múmia sul-americana, datada de cerca de 800 anos atrás, apresenta tatuagens que intrigam a comunidade arqueológica. Este corpo, preservado graças ao clima árido das regiões costeiras, exibe tatuagens únicas no rosto e no pulso, até então desconhecidas na América do Sul. A análise dessas tatuagens fornece novos dados valiosos para o estudo da história das tatuagens em múmias.
Técnica inovadora revela detalhes
Para analisar as tatuagens sem danificar a delicada pele mumificada, a equipe de pesquisa usou a técnica de fluorescência estimulada por laser (LSF). Esta tecnologia fez a pele da múmia brilhar sob um ambiente controlado, destacando a tinta preta da tatuagem que seria invisível a olho nu.
Com essa técnica, foram descobertas três linhas nas bochechas e uma forma de “S” no pulso, um padrão não registrado anteriormente em múmias sul-americanas. A composição da tinta, feita com magnetita, um mineral de ferro, destaca-se do uso tradicional de carvão vegetal, embora não haja comprovações claras de sua utilização nos registros disponíveis.
Embora a origem da múmia na região de Paracas, no Peru, seja sugerida pelo tipo de tecido envolto, ainda há muitas incógnitas sobre o significado das tatuagens. Enquanto alguns especialistas discutem possíveis influências culturais, como as do Ártico ou da Amazônia, não há evidências concretas que suportem essas teorias.
Em suma, as tatuagens da múmia não apenas ampliam o entendimento sobre as práticas de tatuagem pré-colombianas, mas também levantam novas perguntas sobre trocas culturais na época. Com planos para mais investigações e comparações culturais em andamento, há esperança de que esses mistérios sejam revelados em breve, trazendo à tona mais informações sobre esse fascinante vestígio do passado.