Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, descobriu uma enzima, a CelOCE, que promete aumentar a eficiência na produção de etanol. Publicada na revista Nature em março de 2023, a pesquisa destaca o potencial da enzima em melhorar o rendimento de biocombustíveis a partir do bagaço de cana. Com o suporte tecnológico existente, a CelOCE pode ser integrada aos processos industriais sem grandes adaptações, segundo os estudos.
Potencial da CelOCE para a indústria
A CelOCE aumenta em até 21% a liberação de glicose de resíduos vegetais, superando tecnologias anteriores que alcançavam 10%. Além de processar bagaço de cana, a enzima é eficaz com palha de milho e eucalipto. O CNPEM já iniciou o patenteamento da tecnologia e prevê sua adoção industrial em breve, após testes bem-sucedidos em escala piloto.
Ao maximizar o uso de biomassa, a CelOCE transforma o cenário da produção de biocombustíveis no Brasil. A expectativa é que a tecnologia, além de aumentar a produção de etanol, possa ser aplicada na fabricação de papel, tecidos e outros derivados da biomassa. Isso diversifica as aplicações industriais e consolida o Brasil como um ator chave na jornada rumo a combustíveis mais sustentáveis.
Os próximos passos envolvem ampliar os testes para a produção em larga escala de biocombustíveis de celulose no Brasil, que já possui duas biorrefinarias operando comercialmente. Com a CelOCE, espera-se acelerar a transição para energias mais limpas e contribuir para o combate às mudanças climáticas. Embora não haja datas específicas para a conclusão dos testes, a tecnologia aguarda aprovação regulatória, o que pode fortalecer a posição do país no mercado global de biocombustíveis.