Nos últimos 30 anos, o uso de cheques no Brasil caiu mais de 96%, tornando-se um artefato do passado em um cenário dominado por carteiras digitais e o Pix. No entanto, em 2024, foram compensados mais de 137 milhões de cheques, movimentando bilhões de reais. Essa contradição mostra que, apesar de sua obsolescência, os cheques ainda têm um papel importante em algumas transações.
Atualmente, os cheques representam apenas 0,5% das transações financeiras no Brasil, uma queda drástica em relação a quase 100% em 1995. O declínio começou com os cartões magnéticos e se intensificou com as transferências eletrônicas, especialmente após o Pix em 2020.
Apesar do seu uso em declínio, o cheque ainda encontra espaço em nichos específicos. Muitas locadoras, hospitais e imobiliárias aceitam cheques como forma de garantia. Além disso, em regiões com infraestrutura de internet precária ou entre públicos mais velhos, o cheque é considerado uma opção confiável. Empresas de médio porte também utilizam cheques, especialmente na modalidade pré-datada, para gerenciar o fluxo de caixa.
Uma história longa e confiável
A origem do cheque remonta à Antiguidade, com registros de transações semelhantes na Roma Antiga. No Brasil, o primeiro cheque foi emitido em 1845, e sua regulamentação pelo governo imperial em 1850 solidificou sua popularidade. Ao longo dos séculos XIX e XX, o cheque tornou-se sinônimo de confiabilidade, especialmente em períodos de escassez de moeda.
Apesar da queda no uso de cheques, especialistas não preveem seu desaparecimento total em breve. Eles ainda têm funções específicas, como em contratos físicos. O sistema bancário brasileiro está preparado para manter a compensação de cheques enquanto houver demanda, mostrando que, embora em desuso, os cheques ainda são relevantes em certos contextos econômicos.