As maiores empresas do mundo são responsáveis por um impacto climático estimado em US$ 28 trilhões em danos, segundo estudo recente publicado na revista Nature. O estudo reúne dados históricos de emissões de mais de um século e utiliza modelagem climática avançada para quantificar os efeitos econômicos das atividades dessas empresas. Ele revela que mais da metade desse total é atribuída a empresas de combustíveis fósseis, como Saudi Aramco e ExxonMobil.
O estudo destaca a crescente pressão sobre essas corporações para que assumam a responsabilidade por suas práticas que intensificam as mudanças climáticas, semelhante ao que ocorreu com a indústria do tabaco no passado. Países como o Reino Unido já implementaram regulamentos exigindo que empresas divulguem riscos climáticos financeiros, uma iniciativa que reforça a transparência e responsabilização corporativa.
Comparação com a indústria do tabaco
A metodologia deste estudo sugere que as evidências obtidas podem fortalecer casos legais contra essas empresas, similares aos esforços promovidos historicamente contra a indústria do tabaco. Tais movimentos poderiam exigir que as corporações paguem reparações pelos danos ambientais gerados por suas operações.
Enquanto alguns países estão avançando com a implementação de regulamentos climáticos mais rigorosos, o Brasil ainda está em fase inicial de adaptação. O país discute sua participação em iniciativas que possam responsabilizar empresas como a Petrobras, uma das principais emissoras de gases de efeito estufa. Estima-se que as emissões da Petrobras entre 1985 e 2018 tenham gerado US$ 500 bilhões em danos climáticos.
O estudo indica que a responsabilidade financeira das corporações está se tornando uma preocupação global. Espera-se a criação de novas regulamentações e um aumento nos processos judiciais, exigindo ações sustentáveis. As autoridades preveem maior pressão pública e governamental para implementar regulamentações que promovam desinvestimentos e estratégias de mitigação mais rigorosas.