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Novo boom? Projetos da Vale podem gerar milhares de empregos em Itabira já no ano que vem

Projetos da Vale poderão demandar milhares de contratações em Itabira - Foto: Arquivo DeFato

Projetos da Vale previstos para terem início já nos primeiros meses de 2020 poderão gerar milhares de empregos em Itabira. Pelo menos é o que anunciam fontes consultadas por DeFato Online nos últimos dias. Empresários falaram à reportagem que a expectativa é de que o município viva, guardadas às devidas proporções, um período semelhante ao que experimentou entre o fim da última década e início da atual, chamado de boom da mineração.

Os empresários ouvidos por DeFato estão diretamente ligados à cadeia de prestação de serviços da Vale. Eles comentaram que já foram avisados por pessoas com cargos importantes da empresa que o fluxo de contratações sofrerá grande aumento já no primeiro trimestre do ano que vem. Segundo comentaram, a mineradora poderá requerer até 3 mil novos trabalhadores indiretos, que chegariam contratados por empreiteiras.

Seriam três os principais projetos da Vale que demandariam muitos empregados: o retorno do alteamento da barragem de Itabiruçu, o descomissionamento do Dique 02 do Complexo Pontal, e a instalação de filtros para beneficiar minério a seco.  Também estaria na pauta da empresa uma nova correia transportadora e um britador.

Um dos empresários comentou que o alerta das novas contratações foi passado diretamente por um funcionário da Vale ligado à área de Projetos e Capital, responsável pelos planejamentos de obras da empresa. “Está muito claro que haverá um movimento muito forte e essa pessoa já fez alertas a prestadores de serviço para que se preparem”, disse a fonte consultada por DeFato Online.

Alteamento da barragem do Itabiruçu pode ser retomado no primeiro semestre de 2020 – Foto: Rodrigo Andrade/DeFato

Sem informações oficiais

O vereador e presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região, André Viana, falou sobre as movimentações na área da Vale nesta semana. Em entrevista à imprensa após a reunião ordinária do Legislativo, na última terça-feira (5), comentou que ainda não tem uma posição oficial da mineradora, mas que os rumores são fortes de que as contratações acontecerão.

“Há uma corrida de bastidores, e isso ainda é uma notícia não confirmada, de que haverá uma empresa, com cerca de 800 funcionários, que vai fazer a nova filtragem e a desativação de alguma barragem, que a gente ainda não sabe qual. Internamente, todos os trabalhadores estão vendo movimentações neste sentido”, comentou o presidente do Metabase.

Em e-mail direcionado à Assessoria de Comunicação da Vale, a reportagem de DeFato Online listou todos os projetos relacionados pelas fontes consultadas e questionou se a empresa confirmava as informações. A mineradora, em resposta sucinta, não desmentiu, mas afirmou que “os projetos ainda estão em estudo” e que “quanto as obras de Itabiruçu, o alteamento segue paralisado”.

Em setembro, especificamente sobre o descomissionamento do Dique 02 de Pontal, a Vale havia respondido que “ainda não há definição de cronograma de descomissionamento” da estrutura. Segundo a empresa, “o projeto conceitual ainda está em fase de desenvolvimento”.

Filtragem

Dos projetos que demandarão contratações a partir do ano que vem chama atenção a instalação de um novo processo de filtragem em Conceição. Isso porque o investimento está diretamente ligado aos planos que a Vale tem para Itabira após a exaustão de suas minas no município. Com a estrutura, a companhia terá possibilidade de beneficiar o minério de ferro a seco, sem necessidade de depósito de rejeitos em barragens.

Este cenário foi desenhado ainda em julho, pelo gerente de Meio Ambiente da Vale, Rodrigo Amaral, durante evento da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), em Itabira. Ele descartou o uso de barragens na cidade na fase em que o minério de outros municípios serão trazidos para o beneficiamento nas usinas itabiranas.

“Para Itabira, uma das soluções que nós estamos pensando é instalar uma estação de filtragem, retirar a água e empilhar o rejeito dentro das cavas”, comentou, em julho, Rodrigo Amaral.

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