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Pela primeira vez: temos um plano

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O ministro da Economia, Paulo Guedes - Foto: Agência Brasil

Não é a primeira crise que enfrentamos e nem será a última, mas, na minha opinião é a maior, e, felizmente, ao contrário das crises vividas no passado, temos um plano.

Não sei se vocês já sabem, mas o Brasil foi convidado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para coordenar o grupo de recuperação econômica no pós-pandemia, dada a qualidade, potência e rapidez na criação, escolha e tomada de medidas para proteger a saúde, os mais vulneráveis, os empregos e as empresas mais afetadas pelo Covid-19. Assim como arquitetou e vem executando esse plano de guerra contra o vírus, a equipe de Paulo Guedes já pensa em como administrar o Brasil no pós-pandemia.

Como o próprio ministro disse em entrevista no Palácio do Planalto na semana passada, o trem chamado Brasil teve que sair dos trilhos da busca pelo equilíbrio fiscal para apagar o incêndio da maior crise de saúde vivida pela humanidade com desdobramentos na economia e no social. E, passada a crise, o Brasil voltará com força para o trilho da transformação do Estado brasileiro. Não estamos falando de um projeto de governo, mas da transformação do estado capaz de mudar os rumos do Brasil e construir um país mais justo e melhor para as gerações futuras.

E por que o ministro Paulo Guedes e sua equipe estão tão otimistas apesar da crise? Porque sabem na ponta do lápis o que estão fazendo e como poderão resolver os problemas decorrentes da crise e ao mesmo tempo coordenar a diminuição do papel do estado na economia, a diminuição da carga tributária que asfixia famílias e empresas e contam com a velocidade e a qualidade do congresso na discussão e aprovação das reformas tributária e administrativa.

Tínhamos um país em pleno processo de arrumação fiscal, de redução do tamanho do estado na economia, de aprovação de reformas capazes de nos inserir nas cadeias globais do competitivo século XXI. A retomada do crescimento econômico de forma sustentável já podia ser sentida em todos os setores da economia, na melhora da arrecadação da Receita Federal, na tendência de queda da taxa de desemprego, na geração de empregos com carteira assinada, no crescimento anualizado da economia acima de 2% em janeiro, no crescimento do investimento das empresas e do consumo das famílias. Tínhamos e temos a menor taxa de juros da história e um dólar mais valorizado capaz de tornar o produto made in Brasil mais competitivo, fomentar o ressurgimento da indústria nacional e de tornar mais justo os preços de nossas commodities, com reflexo positivo na balança comercial e nas transações correntes.

Essa política, que eu chamo de 4×4, está aí e veio para ficar: juros abaixo de 4, dólar acima de 4, fortalecendo o mercado interno (dinheiro barato para famílias e empresas) e combatendo o rentismo (acabou a farra dos juros altos e o estímulo à agiotagem). Com um dólar mais forte, como já disse antes, temos o estímulo para a retomada da indústria brasileira e a inserção do Brasil nas cadeias produtivas globais como fornecedor de bens e serviços. Retornaremos a esse cenário no pós-crise.

Além dessa mudança estrutural no preço do Real interna e externamente, que só foi possível com o controle da inflação, e, é claro, com a volta da credibilidade do país, que teve início no governo de Michel Temer, com o excelente trabalho da equipe de Henrique Meirelles, nessa crise e depois da crise, com essa brilhante equipe liberal de Paulo Guedes, temos um plano.

Nas outras crises – e foram tantas -, só sabíamos que sofreríamos muito dada a nossa condição de país emergente. Entrávamos apanhando no câmbio refletindo a fuga de capitais e em seguida levávamos os juros para a lua para evitar que a sangria fosse ainda maior. E a conta sempre foi e será da sociedade brasileira em geral. Esse modelo perverso de atração e manutenção de capital estrangeiro especulativo já nos fez pagar mais de R$ 500 bilhões de juros por ano. Dois parâmetros para reflexão: a reforma da previdência implica em uma economia de R$ 800 bilhões em 10 anos, o esforço de gasto com a crise do Covid-19 deve ser de cerca de R$ 800 bilhões…uma reforma da previdência, em 3 meses, um ano e meio dos juros da era Dilma.

Vamos ao otimismo de Guedes: como voltar aos trilhos?

Cada 1 ponto de queda da taxa básica de juros, a Selic, representa R$ 80 bilhões a menos de juros. Em fevereiro de 2019 a taxa estava em 6,5% a.a. e, na reunião desta semana do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), a expectativa é de uma redução de no mínimo 0,5 ponto percentual o que levaria a SELIC dos atuais 3,75% a.a. para 3,25% a.a. Em pouco mais de um ano, mais de 3 pontos de redução ou uma economia de R$ 240 bilhões no pagamento anual de juros. Antes da pandemia e segundo os números de março, a dívida pública foi reduzida em cerca de R$ 120 bilhões. Segundo o ministério da infraestrutura, o país pode arrecadar cerca de R$ 250 bilhões em um ano com leilões de concessões. Segundo o secretário de privatização, Salim Matar, a União detém cerca de R$ 1 trilhão em imóveis e outro trilhão em empresas estatais que serão vendidos e privatizadas.

Resumo da ópera: essas receitas extraordinárias de concessões, de vendas de imóveis e empresas estatais vão pagar a conta do Covid-19 e ainda abater parte da dívida, sem falar no conforto dado pela queda da Selic, capaz de transformar pagamentos astronômicos de juros em investimento em saúde, educação e segurança.

Ao manter e fortalecer Paulo Guedes no comando da economia, o governo Bolsonaro afirma e reforça o seu compromisso de transformar o Brasil em um país que valoriza o trabalho e consequentemente a melhoria de qualidade de vida da população.

Em um momento em que o Estado tem que gastar e muito para preservar vidas, temos o privilégio de termos entrado nessa crise e de estarmos atravessando os piores momentos com uma equipe econômica que sabia o País que estava gerindo antes da crise e que, por isso mesmo, encontrou os caminhos para prover recursos e mitigar os efeitos dessa crise, mas com critérios técnicos de origem e destinação desses escassos recursos, por ter a consciência, nunca vista antes, de que cada centavo mal gasto será pago por todos os brasileiros e de que cada centavo bem empregado representará um menor sacrifício no pós-crise.

Rita Mundim é economista, mestre em Administração e especialista em Mercado de Capitais e em Ciências Contábeis

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