A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a morte de sete cachorros que teriam sofrido intoxicação depois de consumirem petiscos da marca Bassar Pet Food. Os incidentes foram registrados em Belo Horizonte e Piumhi, no centro-oeste do estado. O animal estava na cidade quando foi atendido por um veterinário e retornou com a tutora para Piumhi, onde morreu.
Os produtos identificados com suspeita de contaminação são o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467), de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A empresa divulgou nota oficial dizendo que, por precaução, também começou a retirar do mercado o lote 3775, da marca Bone Everyday, assim que soube das denúncias.
O Ministério determinou, nesta sexta-feira (2), o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da empresa. A medida é preventiva. A fábrica envolvida na produção dos lotes, localizada em Guarulhos (SP), também foi interditada até que sejam apresentadas todas as informações solicitadas pela fiscalização.
Caso conhecido
De acordo com o relato dos donos, os cachorros com suspeita de intoxicação sofreram convulsões, vômito, diarreia e prostração. Um dos cães foi examinado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e os veterinários apontaram falência nos rins como causa da morte. De maneira não conclusiva, os exames sugeriram presença de etilenoglicol no animal.
A substância é da mesma família do dietilenoglicol, encontrado nos consumidores da cerveja Backer, no final de 2019 e início de 2020. À época, 10 pessoas morreram e parte dos sobreviventes ainda sofrem com sequelas da contaminação, além de passar por tratamentos de hemodiálise para problemas renais.
Em nota, a fabricante dos petiscos disse que nunca utilizou o etilenoglicol em sua produção.
“Utilizamos apenas o propilenoglicol, um aditivo alimentar presente em alimentos para humanos e animais em todo o mundo. Reforçamos que o propilenoglicol utilizado pela Bassar em seus produtos é adquirido de fornecedores qualificados e renomados, os quais não fornecem somente para Bassar e sim para inúmeras indústrias no ramo alimentar para humanos e animais”, afirma o comunicado.
A empresa afirma ainda que funcionários do Ministério fizeram inspeções na empresa nos últimos dias “e atestaram que a fábrica atende a todos as normas de segurança alimentar e de produção. A Bassar adquire esses insumos de empresas idôneas e devidamente registradas no Ministério”, segue o texto.
A fabricante declara ainda que não há nenhum laudo conclusivo sobre a causa das mortes dos cachorros. A empresa diz ser solidária com todos os tutores e que preza pela “qualidade dos produtos e pelo bem-estar e satisfação” dos clientes.
O que diz a polícia
A Polícia Civil emitiu nota oficial explicando os próximos passos da investigação. Leia na íntegra:
“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou Inquérito Policial, em Belo Horizonte, para apurar denúncias sobre a morte de três cães e a internação de outros cinco, após terem consumido petiscos. No curso da investigação, a PCMG tomou conhecimento de mais um caso ocorrido no estado de São Paulo.
A empresa responsável pela fabricação dos petiscos será intimada e ouvida por meio de Carta Precatória. A Polícia Civil já realizou oitivas de tutores, veterinários e de um representante de estabelecimento comercial e tem realizado levantamentos em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
A Polícia Civil aguarda a conclusão de laudos periciais para identificar a substância que possivelmente causou a morte dos cachorros e orienta, ainda, que caso haja outros casos as pessoas procurem a Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor, onde tramita o procedimento investigativo.
A unidade policial está situada na Rua Martim de Carvalho, 94 – andar térreo, bairro Santo Agostinho. Tão logo os laudos sejam finalizados e as apurações avancem, a imprensa será comunicada.”