Aguardado a mais de uma década, o curso de medicina é realidade em Itabira. Mas ele não causará impactos apenas no município, já que também será importante para as cidades que compõem o Médio Piracicaba — e que tem o sistema de saúde itabirano como referência para os mais diversos atendimentos médico-hospitalares. Na manhã desta sexta-feira (2), durante a solenidade de assinatura do convênio entre Vale e Funcesi, que resultou em um aporte de mais de R$ 8 milhões no centro universitário para a nova graduação, prefeitos da região conversaram com o portal DeFato e falaram sobre a importância da iniciativa.
Para o prefeito de Nova Era, Txai Costa (Rede), a nova graduação reduzirá distâncias — tanto para quem procura a formação acadêmica quanto para aqueles que buscam atendimento médico —, além de facilitar a contratação de profissionais especializados. “O curso de medicina impacta toda a região, que é importante para Minas Gerais. E no nosso caso, que temos estradas tão perigosas, muitas pessoas precisam enfrentar essas estradas para estudar ou receber atendimento médico. Com o curso, as pessoas que queiram estudar fazer medicina poderão estudar próximas às suas famílias e à sua comunidade. Além de gerar receitas, empregos e mão de obras para a área de saúde, que nem sempre é fácil de encontrar”, disse.
Já Raimundo Meneses de Carvalho “Diquinho” (PSD), prefeito de Ferros, afirmou que “nesse momento que Itabira vive, com a chegada do pós-mineração, é uma das maiores conquistas que a cidade teve — e não só Itabira, mas para toda a nossa região, que tem sofrido com a falta desses profissionais. Esse curso vai ajudar a suprir essa demanda”.
Quem também comentou sobre a possibilidade de aumentar o número de profissionais atuando no Médio Piracicaba, o que reduzirá um gargalo atual na área de saúde, foi o prefeito de Santa Maria de Itabira, Reinaldo das Dores Santos (PSD). “O curso de medicina vai ajudar a levar profissionais para os hospitais da região, que vão ter mais estagiários e outros trabalhadores. É um ganho enorme tanto para Itabira quanto para toda a região — que tem Itabira também como um polo de saúde e que, agora, sai fortalecida com esse curso”, avaliou.
Laércio José Ribeiro (PT), prefeito de João Monlevade, que também é médico, acredita que uma faculdade de medicina permitirá também o aprimoramento dos profissionais que já atuam na região. “Vai ser de extrema importância, não só por formar médicos nesta região, mas porque a gente sabe que virão muitas pessoas de outras localidades para cá e alguns ficarão aqui — e a grande vantagem será propiciar a melhoria dos médicos já existentes aqui por meio de uma faculdade. Será um crescimento enorme”, analisou.
Enquanto Pedro dos Santos Moreira “Pedrada” (MDB), de Bom Jesus do Amparo, acredita que os sistemas de saúde da região absorverão parte dos profissionais que se formarem em Itabira. “As cidades da região também poderão receber estagiários e profissionais formados na Funcesi, o que ajuda a fortalecer a saúde em todos municípios”, declarou.
Samantha Aparecida de Ávila Costa Magalhães (PSDB), prefeita de Bela Vista de Minas, que também é enfermeira, entende que a nova graduação também representa oportunidades para o desenvolvimento regional. “O curso de medicina vai facilitar muito e abrir oportunidades para que todas as pessoas possam tera a oportunidade [de estudar] aqui perto. É mais um incentivo e um momento para que as cidades estejam unidas em prol do desenvolvimento da nossa região, que terá aumento de empreendedorismo e de circulação de recursos para todos”, afirmou.
Entenda
O convênio assinado entre a Funcesi e a Vale prevê o repasse de R$ 8,8 milhões ao centro universitário para ser aplicado na instalação e modernização do laboratório de habilidades e simulação realística do curso de medicina, recentemente aprovado pelo Ministério da Educação (MEC). A iniciativa também conta com o apoio da Prefeitura Municipal e da Diocese de Itabira e Coronel Fabriciano.
O repasse de R$ 8,8 milhões será dividido em duas parcelas iguais. A primeira já foi entregue para a Funcesi com a assinatura do convênio. Já a segunda parte será liberada 30 dias após a prestação de contas do pagamento anterior, que deve ser realizada pela instituição de ensino.