A partir do início de 2024, doadores de sangue de Itabira e da região não precisarão mais enfrentar a BR-381 para realizar a ação voluntária. Após uma longa espera, foram iniciadas as obras do Posto Avançado de Coleta Externa (PACE) da Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Minas Gerais (Hemominas) no Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC).
A estimativa para a conclusão da reforma é de 180 dias. Com isso, os serviços de coleta devem começar ainda no início de 2024. “Esta implantação trará benefícios importantíssimos para a comunidade de Itabira e de toda a região que faz parte da nossa macrorregião de saúde”, comemorou o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) durante uma visita às obras, na tarde dessa segunda-feira (23). Também conferiram as obras o vice-prefeito Marco Antônio Gomes (PL), a secretária de Saúde Clarissa Lages, o vereador Marcelino Freitas (PSB) e voluntários doadores de sangue.
De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Itabira e região contam com aproximadamente 2.500 doadores de sangue. Apenas o grupo itabirano Doe Vida – uma referência estadual na organização e realização de doações de sangue – possui 1.600 pessoas cadastradas que doam regularmente. A cada 15 dias, os doadores saem de Itabira, em vans cedidas pela Prefeitura, para realizar a ação.
“O desconforto é enorme, pois sabemos que a estrada que liga a nossa região à capital é cheia de problemas. Isso é uma dificuldade. Por isso, acreditamos que com o PACE em Itabira teremos um número muito maior de doadores”, declarou Marco Lage.
O prefeito itabirano também comentou sobre a falta de doadores e, consequentemente, a escassez das bolsas de sangue nos hospitais em todo o mundo. Vale ressaltar que cada doação pode salvar a vida de até quatro pessoas. “A falta de sangue nos hospitais é um problema mundial e aqui no Brasil não é diferente. Assim, com esse posto de coleta, poderemos estimular ainda mais a população para doar sangue, por meio de campanhas”.
Segundo o vice Marco Antônio Gomes, também médico, a presença do PACE em Itabira é também um ganho para a saúde local. “Teremos mais disponibilidades dessas bolsas para os hospitais da cidade. É um avanço enorme, uma conquista enorme da sociedade”, destacou.
A secretária municipal de Saúde, Clarissa Santos Lages, explicou que, inicialmente, o PACE vai coletar sangue uma vez por semana, no período da manhã. Com isso, a princípio, serão 60 doadores semanalmente. No entanto, o posto tem capacidade para funcionar todos os dias e aumentar o número de doadores. Com isso, na fase mais ampla do projeto, espera-se atender 2.400 candidatos à doação e coletar, pelo menos, 1.900 bolsas ao ano.
“Isso garante com que consigamos sensibilizar ainda mais a nossa comunidade e, além de trazer um conforto maior para as pessoas que lutam por essa causa, também consigamos ajudar as pessoas que precisam da doação. Este é um avanço muito grande, não só para Itabira, mas também para todos os 27 municípios que assistimos aqui em nossa cidade. Afinal, quem não conhece uma pessoa que passou por alguma cirurgia, algum episódio de trauma e que precisou receber sangue? Muitas vezes, os hospitais não têm as bolsas de sangue suficientes para estes tipos de situação. Com isso, a própria família precisa fazer campanhas para conseguir arrecadar o material e sensibilizar a sociedade como um todo”, reforço Clarissa Santos.
Já a representante da ONG Doe Vida, Aérica Ayres, ressaltou o orgulho pelo resultado dos esforços da entidade e pela conquista do PACE para Itabira. “É com muita alegria que a gente participa deste momento, desta visita. Esta ação vai beneficiar muitos pacientes, tanto de Itabira quanto da região, além de proporcionar mais conforto para os doadores de sangue que saem de Itabira muito cedo para fazer a doação em BH. Às vezes temos empecilhos com o trânsito, ficamos parados na BR-381, ficamos expostos a acidentes, já que a estrada é tão perigosa. Com a implantação deste posto de coleta, teremos muitos benefícios”, ressaltou.
Impasse
Prometido por Marco Antônio Lage em novembro de 2021, o posto de coleta do Hemominas já recebeu diversos prazos. Autor do projeto de lei que viabilizou a obra, Marcelino Guedes chegou a prometê-la para novembro do ano passado, o que obviamente não ocorreu. Ao ser procurado pela reportagem, o vereador havia dito que a Gerência Regional de Saúde (GRS) indeferiu o pedido de liberação do alvará, o que foi negado pela gerência.
Com um investimento de R$ 479.662,02, a obra tem prazo de execução de 180 dias. Com o projeto arquitetônico concluído, a Prefeitura investirá mais R$ 240 mil para equipamentos e mobiliários. Após a implantação, o serviço deve contar com uma equipe formada por dois médicos, dois enfermeiros, cinco técnicos de enfermagem e quatro técnicos administrativos.