Site icon DeFato Online

Professor da Funcesi comenta sobre o papel da psicologia na campanha do Janeiro Branco

Foto: Divulgação

Criar uma cultura de cuidado emocional, proporcionando informações e apoio para indivíduos, famílias, instituições e comunidades em geral, é a proposta da campanha Janeiro Branco, que visa a alertar para os cuidados com a saúde mental e emocional da população a partir da prevenção de doenças decorrentes do estresse, como ansiedade, depressão e pânico. O objetivo é chamar a atenção para as necessidades relacionadas à saúde mental e para o respeito à condição psicológica de cada um. 

O psicólogo Gilberto Braga Pereira, Doutor em Psicologia pela Universidade federal de Minas Gerais e professor da Funcesi, considera que esse esclarecimento ajuda a todos a olharem melhor para um problema difícil de se conversar.

O que é o Janeiro Branco?

Janeiro, o primeiro mês do ano, inspira as pessoas a fazerem reflexões sobre as suas vidas, relações, sentidos que possuem, dos passados que viveram e dos objetivos que desejam alcançar no ano que se inicia. Janeiro é uma espécie de portal entre ciclos que se fecham e ciclos que se abrem nas vidas de todos nós.

A cor branca foi escolhida por, simbolicamente, representar “folhas ou telas em branco” sobre as quais podemos projetar, escrever ou desenhar expectativas, desejos, histórias ou mudanças com as quais sonhamos e às quais desejamos concretizar.

Saúde mental

Segundo Gilberto, a discussão sobre saúde mental está muito presente na atualidade, tendo em vista que se observa um agravamento do sofrimento mental e do adoecimento mental – que são coisas distintas. O Janeiro Branco marca uma ideia de cuidado, de acolhimento e atenção com a saúde mental.  

‘‘Na verdade, esse cuidado deveria ser o ano inteiro, e não somente em janeiro, mas, essa proposta desenvolve a noção de que é importante a gente ter um marco representativo no ano para que a gente dê atenção à saúde mental’’, explica o professor. 

Estamos em uma sociedade doente?

Durante a entrevista, Gilberto afirmou que ‘‘a nossa sociedade contemporânea é uma sociedade muito adoecedora e muito adoecida’’ Em sua visão, a forma em que a sociedade se organiza, sob a perspectiva de um capitalismo contemporâneo, predatório e neoliberal, ‘‘que preconiza muito mais o valor do indivíduo do que o valor da comunidade ou o valor da sociedade’’, tem contribuído para a formação deste cenário. 

‘‘Por exemplo, a exigência sobre o jovem, hoje, é uma exigência muito maior do que seria a exigência do passado. Não que não houvesse exigências ao jovem, mas hoje, a escolha profissional, por exemplo, de um jovem, é marcada por muito mais conflito do que era anteriormente’

Para Gilberto, há uma sociedade que é muito mais conflitiva do que era em momentos passados. No entanto, cada sociedade e cada momento histórico produz sujeitos próprios daquele contexto: ‘‘Se a gente for pensar, por exemplo, ‘‘por que que na atualidade a gente vê surgir os diagnósticos mais comumente, como TDAH, transtorno bipolar e depressão’’, isso é próprio da sociedade contemporânea. 

‘‘A gente diz que a produção desse adoecimento é uma produção social, que é fruto de uma sociedade que é adoecida’’, completa.

Qual o papel da psicologia neste contexto?

Estresse, ansiedade, depressão e pânico fazem parte da lista dos transtornos mentais mais presentes no dia a dia do brasileiro. De acordo com o Ministério da Saúde, somente a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil, atinge mais de 30 milhões de pessoas. Na América Latina, o país é o que tem a maior quantidade de casos da doença, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.

Por isso, a psicologia atua com uma série de ações de prevenção, correção e promoção à saúde, buscando melhorar o bem-estar e a qualidade de vida. Para além da parte clínica, intervenções junto à população e campanhas de conscientização também auxiliam neste processo. 

‘‘Cuidar da saúde mental não é somente cuidar de doenças mentais e do sofrimento. Na verdade é criar o hábito, o desenvolvimento de ações que te levam a um estado de bem-estar, além de ações corretivas, quando já se tem um diagnóstico de sofrimento ou de adoecimento, bem como as ações de prevenção e cuidado para que o adoecimento ou o sofrimento mental não aconteça’’

Saiba mais sobre o curso de Psicologia

A psicologia busca estudar o comportamento humano e compreender como as pessoas pensam, sentem e interagem com o mundo. Abrangendo vários tópicos e áreas, os psicólogos buscam explicar, prever e modificar o comportamento humano, seus processos mentais e emoções. Combinando teoria e prática, a graduação tem duração de cinco anos, onde os alunos se debruçam por diversos tópicos e áreas. Para além das esferas específicas da psicologia, a graduação também explora métodos de pesquisa e estatística e ética profissional.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) reconhece 13 áreas de especialidades profissionais da Psicologia:

‘‘O curso é muito bonito, e é voltado para aquele profissional que deseja trabalhar com o ser humano nessa perspectiva de prevenção, de promoção e de correção em saúde mental, qualquer que seja o campo de atuação: seja na escola, seja no trabalho, na organização, no esporte, na área da saúde ou em qualquer outro âmbito’’, completa Gilberto.

Funcesi lança curso de Psicologia em Itabira

Nesta segunda-feira (29) foi publicado no Diário Oficial da União a portaria SERES / MEC nº 23 que autoriza a abertura de vagas para o curso superior em Psicologia no Centro Universitário Funcesi, em Itabira. A instituição recebeu nota máxima no MEC e já pode realizar inscrições para o vestibular 2024.1. 

Para mais informações, ligue para o telefone (31) 3839-3613.

Exit mobile version