A novela envolvendo a maternidade do Hospital Nossa Senhora das Dores parece próxima do fim. Em uma entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (5), membros do HNSD afirmaram que novos serviços oferecidos pelo espaço, assim como as receitas arrecadadas com o novo Pronto Atendimento, farão o déficit mensal de R$ 100 mil ser bastante reduzido. Segundo Alexandre Coelho, diretor executivo do HNSD, a redução poderia chegar a 70%.
Este custo tem sido dividido entre seis grupos. São eles: a própria instituição; a cooperativa Unimed; os planos que atendem os funcionários da Vale – Plano de Assistência à Saúde do Aposentado (Pasa) e Assistência Médica Supletiva (AMS); a classe médica; e, especificamente, os pediatras que assistem o setor hospitalar. A princípio, todos eles continuarão arcando com as despesas da unidade.
A principal saída financeira para a manutenção da maternidade é a ampliação dos serviços oferecidos por ela. Durante a entrevista, foi anunciada a criação da ala de Saúde da Mulher, que dará prioridade no atendimento às mulheres, gestantes ou não, e também às puérperas e seus filhos.
Recentemente, o espaço foi destinado à instalação de 20 leitos UTI, já que, de acordo com Alexandre, o foco vinha sendo salvar vidas, por conta da pandemia. Mas com a desmobilização dos leitos, a maternidade, que havia sido realocada para outro espaço neste período, voltou à sua antiga “sede”, mais espaçosa.
“Voltamos com uma proposta de otimização desse espaço. Porque aquele espaço que era grande, ele não só vai ser para o cuidado de recém nascidos e puérperas, a gente vai estender esse cuidado para a saúde da mulher. Então a unidade passa a se chamar ‘Unidade Materno-infantil e Saúde da Mulher’, explicou o diretor executivo.
Alexandre ainda citou outro fator importante para o otimismo da equipe do HNSD. “O grande advento para tornar o serviço ainda mais viável foi conseguir que a equipe de pediatria atendesse 24 horas na porta do Pronto Atendimento. É um espaço que pode ser otimizado com cirurgias de mulheres, cirurgias ginecológicas…”
Solução definitiva
Em junho de 2021, uma reportagem da DeFato mostrou que um acordo entre os órgãos envolvidos garantiria o funcionamento da maternidade até, pelo menos, dezembro deste ano. A informação voltou a ser mencionada na tarde desta terça, mas o provedor do HNSD, Márcio Labruna, afirmou que há 80% de chances de que a continuidade do serviço seja viável em 2022.
“Acredito que possa ser uma solução definitiva, mas vamos verificar agora como será a parte financeira. Porque com o monte de serviços que criamos, mais uma série de coisas que vai acontecer, pode aumentar o número de partos, médicos terão mais consultas. Toda a renda dessas consultas nós vamos canalizar no sentido de atenuar isso aí (déficit). Não queremos é que os planos de saúde e o hospital, a partir de janeiro, continuem a desembolsar dinheiro. A notícia boa é de que antes era quase certo que ela iria fechar, agora é 80% de que ela não vai fechar”, ressaltou Labruna.
“Não é que o déficit acabou, ele continua. O déficit de mais de R$ 100 mil que era dividido entre seis atores, continuará sendo dividido, só que agora é muito menor. Pois hoje nós temos renda do PA (Pronto Atendimento), da clínica da mulher, temos várias rendas que vão somar e viabilizar (a maternidade)”, concluiu.