Relatório da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou que homens, pessoas negras e na faixa etária de 40 a 49 anos compõem o perfil que predomina no grupo que está atrasado para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19, em Belo Horizonte.
A informação é do número mais recente do InfoCovid, que também atualiza e analisa os dados (de 2019 a outubro de 2021) relativos a internações e óbitos hospitalares por Síndrome Respiratória Aguda Grave na capital mineira. O relatório é produzido pela Faculdade de Medicina da UFMG e pela Prefeitura de Belo Horizonte.
A vacinação na capital já está avançada e cerca de 80% das pessoas já receberam a primeira dose ou dose única da vacina. Porém, há um número considerável de pessoas que não retornaram para receber a segunda dose, o que resulta no atraso da aplicação da dose de reforço.
Os pesquisadores recomendam que, em relação aos atrasados, “ações de vigilância sejam planejadas no intuito de conhecer o perfil desses indivíduos e promover uma busca ativa por eles”.
Indicadores
Segundo a UFMG, o estudo notou também a negligência quanto a um importante marcador social que é o indicador de raça/cor. Em Belo Horizonte, em mais de 25% dos prontuários esse campo não foi preenchido, o que, segundo os pesquisadores, dificulta a identificação de grupos prioritários para ações de controle.
Enquanto a porcentagem das mulheres com a segunda dose atrasada é de 4,7%, o índice entre os homens é de 5,5%. No caso da faixa etária, a maior diferença observada foi entre os grupos de 40 a 49 anos (7,7% de atrasados) e de 70 a 79 anos (2,2%). Quando analisados os dados de raça/cor (seguindo as definições do IBGE), pessoas pretas e pardas (5,8% de atrasados) superaram os brancos (4,7%).
Os pesquisadores lembram que as coberturas vacinais são relativamente elevadas no Brasil, o que gera menor incidência de casos graves e menor letalidade – e isso se observa também em Belo Horizonte. Mas fazem o alerta: “É por demais precoce afirmar que haverá um cenário de transmissão viral zero, fazendo-se necessário acompanhar, nos meses vindouros, os níveis de incidência da covid-19, de casos graves, hospitalizações e óbitos, bem como da vacinação e da adesão à completa cobertura vacinal”, pontuam, ressaltando que um dos aspectos que devem merecer mais atenção é o surgimento de novas variantes.
*Com informações da Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG