Há oito anos a Gerência Regional de Saúde (GRS), com sede em Itabira, definiu como política pública de saúde bucal investir na qualificação dos coordenadores municipais e, por conseguinte, nós serviços assistenciais. Inúmeros encontros foram realizados até meados de março desse ano, até que a pandemia de Covid-19 interrompeu o processo até então estabelecido. Dessa forma, a GRS-Itabira precisou se readequar e introduzir novas ferramentas de difusão do conhecimento. Como, por exemplo as videoconferências.
Com um público alvo de 89 equipes de saúde bucal (eSB) integradas a Estratégia da Saúde da Família em 24 municípios e abrangendo uma população de usuários de mais 500 mil pessoas, o trabalho foi disparado para os municípios. A primeira videoconferência foi realizada em 24 de abril. O tema abordado foi a “Saúde bucal no cenário atual no enfrentamento da pandemia do Coronavírus”.
“Todavia, faltava participação proativa dos profissionais, tal como ocorria nos encontros técnicos presenciais. Outro ponto que chamou atenção ao final dessa vídeo foi a não definição por todos que os produtos gerados nesses encontros serviriam para a discussão, elaboração e implantação de um plano de ações que mudaria o serviço público de Saúde Bucal. Mudaria a percepção dos profissionais frente ao trabalho a ser ofertado e o reconhecimento de quanto é importante e fundamental as ações das equipes de Saúde Bucal na prevenção da disseminação dessa doença, a Covid-19”, ponderou a GRS-Itabira.
A partir de então, a estratégia foi pensada e colocada em prática. Treze profissionais de 10 municípios de diferentes microrregiões da GRS foram convidados a desenvolver os temas elaborados como eixo referência do plano de ação para a reorganização dos serviços de saúde bucal apresentados pela Coordenação Estadual de Saúde Bucal SES/MG. A receptividade da proposta foi promissora. Novas videoconferências foram programadas para junho.
Confira as datas e temas a serem abordados:
10/06/2020
São Sebastião do Rio Preto apresentará sugestões para o “Autocuidado Assistido” ponto primordial na trans pandemia pois objetiva orientar a população por todos os meios de comunicação possíveis de como se cuidar. Promover a higienização da boca, o cuidado com os pacientes especiais e acamados, os idosos e os que utilizam próteses. Esse “Autocuidado Assistido” irá diminuir a presença de patógenos na cavidade bucal, diminuindo assim a transmissão da doença. O importante é atingir a grande massa da população com informações que visem a prevenção das doenças bucais e, consequentemente, da Covid-19, utilizando as mais variadas ferramentas de comunicação.
18/06/2020
João Monlevade desenvolverá o tema: Procedimentos Inadiáveis. O que esperar da assistência em Saúde Bucal no pós pandemia. O quanto as eSB estarão preparadas para se reinventar, se redescobrir em quanto equipe de saúde frente aos desafios do futuro.
24/06/2020
Catas Altas, Santa Barbara e Itabira desenvolverão o tema: Estrutura. Como estão, na atualidade, as unidades de saúde em termos de espaço físico, equipamentos, insumos e materiais necessários para ofertar procedimentos ambulatoriais na atenção primária, na assistência ambulatorial especializada, nos procedimentos eletivos de próteses dentárias e nos atendimentos hospitalares. A necessidade de equipamentos de proteção individual, EPI, e a disponibilidade de recursos financeiros serão significativos.
24/06/2020
Guanhães, Barão de Cocais e João Monlevade estarão se debruçando sobre a atualização dos atuais protocolos clínicos, processos de trabalho e Procedimentos Operacionais Padrão, a fim de subsidiar o tema mais importante hoje tanto para os profissionais como os usuários que é a biossegurança.
Ao final de todo esse trabalho, os municípios terão subsídios, ferramentas e materiais com base científica onde suas eSB poderão se referenciar para discutir, elaborar e implantar um plano de ação para reorganização dos serviços assistenciais em saúde bucal.
“A GRS-Itabira espera que o empenho e a dedicação dos profissionais da saúde bucal sejam respaldados pelos gestores municipais, acolhido pelos conselhos municipais de saúde e institucionalizado pelo Legislativo de cada município. Temos vazios assistenciais na rede de atenção à Saúde Bucal que precisam de investimento para serem preenchidos”, destacou a instituição.