Na noite de quarta-feira (17), o Sindicato Metabase de Itabira e Região e a mineradora Vale chegaram aos termos finais do acordo coletivo de trabalho (ACT) 2021/2022. Foram dois dias de assembleia, na terça-feira e ontem, em que 2.054 colaboradores da empresa puderam se posicionar sobre a contraproposta apresentada pela multinacional — que acabou sendo aprovada por pouco mais de 95% dos votantes.
Do total de trabalhadores que compareceram às urnas, 1.957 (95,28%) disseram sim aos termos propostos pela Vale; 94 (4,58%) rejeitaram o ACT; e oito (0,15%) preferiram anular o voto. Nos dias de assembleia, as três minas da empresa — Cauê, Conceição e Periquito — foram preparadas para receber a estrutura da eleição, que contou com o apoio de 30 funcionários do Sindicato Metabase.
“Construir um acordo coletivo não é fácil, pois nem sempre a relação com a empresa permite apresentarmos uma proposta ideal. Mas apresentamos uma opção plausível, que se aproxime ao máximo da vontade dos nossos representados. É necessário muita sabedoria e responsabilidade ao negociar esse acordo, pois ele não termina com a assinatura, pelo contrário, começa ali, pois todos têm que cumprir o acordado — e em tempos de pandemia nem tudo são flores. E reafirmo: não cabe aos sindicalistas imporem sua vontade, quem manda na decisão do sindicato é o trabalhador. O alto índice de aprovação, em 95%, deixa bem claro a vontade desses trabalhadores”, analisa André Viana, presidente do Sindicato Metabase.
A proposta
A proposta aprovada na última quarta-feira prevê reajuste nos vencimentos de 8,8%, estendidos para todas as cláusulas econômicas. Aumento do piso salarial, que passa a ser de R$1.815,70.
Para os funcionários que trabalham em jornadas de diárias de 8h ou mais, o adicional noturno foi mantido em 65% e 45% para novos colaboradores.
Já o cartão alimentação passou de R$ 790 para R$ 860, com um crédito extra em dezembro. O ACT contempla, ainda, um abono salarial de R$ 2 mil, sendo R$ 1.400 no contracheque e outros R$ 600 no cartão alimentação.