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Sindicatos insistem em estabilidade para trabalhadores e abandonam mesa de acordo coletivo da Vale

Diretorias dos sindicatos Metabase de Itabira e Congonhas negociam juntas com a Vale - Foto: Divulgação

Representantes dos sindicatos Metabase de Itabira e Congonhas e da Vale tiveram na manhã desta quarta-feira (30), em Belo Horizonte, a segunda rodada de negociações para composição do acordo coletivo 2019/2020. As conversas, no entanto, não progredira. O impasse está na insistência dos sindicalistas de que a mineradora garanta a estabilidade aos trabalhadores de unidades impactadas por problemas em barragens.

Os diretores dos sindicatos abandonaram a mesa de negociações nesta terça. Eles não concordam em discutir outros termos do acordo antes da garantia de estabilidade por parte da Vale. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o presidente do Metabase de Itabira, André Viana, e o de Congonhas, Rafael Ávila, fizeram críticas à postura da empresa e disseram que deixaram o ambiente de acordo porque a mineradora “não quer discutir a pauta montada pelos próprios trabalhadores”.

Ontem, em nota encaminhada à imprensa, André Viana citou que os funcionários da Vale estão preocupados com a paralisação da barragem de Itabiruçu, que impactará na produção da mina de Conceição. O temor é de que a queda na extração do minério de ferro acarrete em demissões. Segundo ele, a mineradora já tomou medidas de garantia dos empregos em outras unidades de Minas Gerais, como Mariana, Ouro Preto e Nova Lima, e deveria adotar isso também em Itabira, Congonhas e outros municípios.

“Quando será que a Vale vai entender que toda quebra de recorde de produção, toda quebra de recorde de lucros é graças aos trabalhadores? Quando a empresa vai entender que o trabalhador é o responsável por todo desempenho dela?”, questionou o presidente do Metabase.  

Sindicalistas divulgaram vídeo com críticas à Vale – Foto: Reprodução

O presidente do Metabase de Congonhas, Rafael Ávila, disse que há trabalhadores da empresa tendo de recorrer a remédios, tamanha é a insegurança com o futuro. “Hoje, muitos deles estão à base de remédios como calmantes, antidepressivos e remédios para dormir. A estabilidade é a garantia que terão condições de se tratarem e não viver com o fantasma de perder o emprego”, defendeu.

Sobre a continuidade das negociações, André Viana afirma que “não adianta conseguir avanços, sejam eles financeiros ou sociais sem garantir a estabilidade”. “Garantir o emprego do trabalhador é essencial e por isso lutaremos. Não pretendemos entrar na pauta proposta até termos a certeza da garantia dos empregos dos trabalhadores”, frisou.

Ainda no vídeo divulgado nesta quarta, o presidente do Metabase de Itabira afirmou que poderá recorrer ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para garantir a estabilidade aos funcionários da Vale. André disse também que não tem pressa em fechar o acordo coletivo e que os sindicatos deveriam se unir mais para ter uma voz mais forte nas negociações com a mineradora.

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