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‘Também estou querendo saber’, diz presidente do Saae sobre solução para falta d’água em Itabira

“Também estou querendo saber”, diz presidente do Saae sobre solução para falta d’água em Itabira

O novo diretor-presidente do Saae titubeou, lamentou a infraestrutura recebida e não indicou, de forma objetiva, a solução para problemas pontuais da autarquia. Foto: Wesley Rodrigues/DeFato

O empresário José Antônio Reis Lopes compareceu ontem (23) à Câmara de Vereadores de Itabira. Ele é o atual diretor-presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), nomeado pelo prefeito Marco Antônio Lage (PSB). A ida de José Antônio à Câmara se deu a convite, feito 21 dias antes pelo presidente Weverton “Vetão” (PSB). O representante foi chamado para responder a, pelo menos, três perguntas: como encontrou a autarquia quando assumiu o cargo; o porquê da falta d’água frequente em parte da cidade; e o motivo da cor amarelada ou turva do líquido que chega, por vezes, a moradores.

O diretor-presidente escorregou e causou embates. Júlio “do Combem” (PP) pediu a ele que se direcionasse aos ouvintes da reunião ordinária, que acompanham por emissoras de rádio, e apontasse, de forma clara, a solução para casos de falta d’água. “Também estou querendo saber. A verdade é essa”, brincou José Antônio.

A fala não agradou. “Com todo o respeito à sua resposta eu, realmente, não sei qual é a solução. Mas, eu não estou em uma posição como a sua. Quem está em casa precisa desta resposta”, comentou Júlio, consternado. José Antônio se desculpou, lamentou demandas represadas. Disse também que há uma licitação na praça para sanar atendimentos atrasados. “Temos 335 instalações de água para serem feitas. Há pedidos de setembro [de 2020]. Não sabemos se atendemos quem está lá atrás, ou se atendemos às emergências de quem estourou hidrômetro ou qualquer coisa assim. Estamos com licitação aberta para tirar essa demanda atrasada”, continuou.

 

“Insignificante”

O diretor-presidente fez um rol de reclamações. Alegou que recebeu uma herança de “sucateamento”, que vai “desde o mobiliário ao maquinário do Saae”. Indicou estações pendentes de manutenção; rede “envelhecida”; falta de pessoal técnico. Expôs fotografias da sede administrativa e queixou-se das más condições de infraestrutura.

José Antônio falou ainda da “crise de imagem” da autarquia junto à população e da “desesperança” de servidores. “Lá tem gente desmotivada, aborrecida”. De acordo o diretor-presidente, “estuda-se a melhor estratégia para recuperar a autarquia”.

Todavia, o dirigente reconheceu que recebeu, da gestão anterior, a estrutura com dinheiro em caixa. Falou que o Saae tem R$ 5 milhões alocados para investimentos e outros R$ 3,5 milhões, aproximadamente, para manutenção. Esse último valor representa, segundo ele, 10% do faturamento anual do Saae. Mas, “perto da necessidade de investimentos, [o caixa] é insignificante”, contrapôs. O dinheiro seria pouco para comprar máquinas novas, por exemplo, como retroescavadeiras.

 

“Hombridade”

O discurso de José Antônio incomodou também Neidson Freitas (MDB), que advertiu para a “mesmice” das falas políticas. “Não vai ser com esse discurso de ‘terra arrasada’ e de que nada funciona que nós vamos fazer nossa cidade crescer. É preciso ter hombridade para reconhecer o que estava funcionando, o que foi investido e serenidade para apontar os erros do que não foi realizado”.

Neidson enumerou obras do Saae conduzidas na gestão do prefeito Ronaldo Magalhães (2017 a 2020) como o anel hidráulico, que interliga os sistemas Gatos, Pureza, Três Fontes, Areão e Rio de Peixe; a substituição de tubulações antigas na cidade por redes de ferro fundido; troca de hidrômetros; reforma de estações de tratamento de água (ETA) e esgoto (ETE) etc. “Eu não estou fazendo defesa de governo anterior. Eu só não quero que as pessoas sejam manobradas com informações que fazem parte do dia a da gestão”.

Neidson entregou ao diretor-presidente do Saae um relatório com dezenas de páginas, incluindo obras, melhorias e investimentos na autarquia nos últimos anos.

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