Nesta segunda-feira (8), após a prestação de contas da Secretaria Municipal de Saúde na Câmara de Itabira, a líder da pasta, Clarissa Lages, não escondeu sua preocupação com a dengue em Itabira. Questionada pela reportagem sobre o atual cenário da doença na cidade, Clarissa ressaltou que a dengue é um problema nacional, mas ponderou o fato de Itabira não ter registrado nenhuma morte causada pelo mosquito Aedes aegypti.
Para combater o avanço da doença, já previsto pela SMS, a secretária afirma que são realizadas campanhas nas escolas, redes sociais e veículos de comunicação itabiranos.
“Com certeza traz preocupação, porque qualquer tipo de doença nos preocupa demais, principalmente uma epidemia que a gente sabe que é sazonal e é esperada. Temos um problema muito grande em relação à dengue no Brasil, não só em Itabira. E a gente previu um pouco disso porque fazemos testes em água, vistorias nos ambientes e a gente vê que é muito importante a colaboração da população para não deixar água parada, não deixar reservatório do mosquito da dengue. Então temos feito uma campanha muito intensa desde o ano passado, principalmente nas escolas, porque sabemos que as crianças são multiplicadores de conhecimento. Temos feito muito trabalho junto às escolas, redes sociais, nas rádios, e nossos agentes de combate a endemias tem trabalhado de forma incansável para que a gente passe esse período da forma mais responsável possível”, explicou.
“Temos um aumento no número de casos, antes de você me perguntar já vou lhe dizer que não tenho o número atualizado, mas a gente tem um aumento no número de casos e algumas internações no município. Mas não tivemos nenhum óbito e esses casos estão sendo muito bem assistidos”.
E como tem sido a resposta da situação no combate à dengue? Segundo Clarissa Lages, positiva, mas é possível melhorar. “Sempre dá para melhorar, principalmente porque a conscientização deve ser um ato diário no nosso cotidiano. Revisitar nossos quintais, a porta da rua da nossa casa, enfim. A população entende muito bem os riscos da dengue, é difícil achar alguém que nunca pegou dengue, então acho que a população é muito sensível, sim, mas não posso dizer que não é um trabalho tão fácil. Sabemos que as pessoas trabalham o dia inteiro, chegam em casa cansadas, mas todo mundo tem que fazer sua parte na medida do possível para que consigamos alcançar níveis mais aceitáveis de transmissibilidade da doença”, finaliza.
Problema estadual
Como dito pela secretária de Saúde, o alto número de casos da dengue não é um problema exclusivo de Itabira. O último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) mostra que o estado chegou a 70 mortes causadas pela doença. Os dados correspondem a informações colhidas do início do ano até a última quinta-feira (4), data em que o boletim foi divulgado.
Além das mortes confirmadas, Minas Gerais registra 127.032 casos confirmados de dengue. Os números cresceram consideravelmente de uma semana para a outra, visto que no boletim epidemiológico divulgado na última semana de abril (24/04), mostrou que o estado registrava 102.537 casos confirmados de dengue e 49 óbitos.
Em João Monlevade, por exemplo, a situação está cada vez mais alarmante. Foram confirmados 1.125 casos da doença até a manhã de ontem. Outro fator que traz preocupação no momento são os novos seis casos de Chikungunya no município. Nenhum caso de Zika foi relatado até o momento.
Os dados registrados pela Vigilância em Saúde apontam que os bairros com maior incidência de casos de Dengue são: Cruzeiro Celeste (150), José Elói (146), Loanda (98), Alvorada (85), Laranjeiras (81), Novo Horizonte (61) e Nossa Senhora da Conceição (57).