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Use e abuse B&C: Banco Central do Brasil

ano novo

“Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente”. Para quem não sabe e nem é do ramo, essa é a missão do Banco Central do Brasil, que vem, cada vez mais, desenvolvendo também o papel de educador financeiro da sociedade brasileira, e pouca gente sabe disso. Ao final dessa coluna, espero que cada leitor passe a seguir o Instagram, o Twitter e o Face do Banco Central e passe também a ter uma melhor consciência e formação financeira.

Estamos passando pela pior crise sanitária e econômica da história da humanidade, a terceira guerra mundial, com um efeito devastador nas vidas de milhares de famílias e, com certeza, todos estamos precisando de ajuda, de solidariedade, de um norte para tentarmos planejar o futuro que virá.

Você sabia que o Banco Central, que daqui para frente eu vou chamar de BC, é a autoridade monetária do país e é reconhecido mundialmente como um dos melhores bancos centrais do mundo? Isso graças ao seu corpo técnico, que tem como objetivo fundamental manter a inflação sob controle, ao redor da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, porque a estabilidade dos preços preserva o poder de compra da população. Além do controle inflacionário, faz parte da missão do BC assegurar que o sistema financeiro seja sólido e eficiente. O BC detém as contas mais importantes do governo e é o depositório das reservas internacionais do país, é também o banco dos bancos que operam no Brasil e que têm que manter contas junto ao BC. Essas contas são monitoradas diariamente para a garantia da liquidez e solidez do sistema financeiro. Cabe ainda ao BC o gerenciamento do meio circulante, do dinheiro, para garantir que a população tenha o fornecimento adequado de dinheiro em espécie.

No exercício e para o exercício de suas funções, o BC elabora periodicamente relatórios e estudos que deveriam ser lidos por toda a sociedade brasileira, dada a relevância das informações para a gestão da vida financeira de famílias e empresas. Por exemplo, você sabia que toda segunda-feira o BC divulga o Relatório de Mercado, Focus, com as projeções dos principais indicadores econômicos para o final deste ano e dos próximos três anos? Esse relatório é a melhor consultoria financeira semanal do país e é grátis, confira o de hoje: www.bcb.gov.br/publicacoes/focus.

Esses indicadores representam a média das projeções feitas pelos economistas chefes das instituições que operam no Brasil e são aqueles que mais influenciam no comportamento da inflação que o Banco Central tem que trabalhar para manter em torno da meta.

E o que eu ou você temos com isso? Tudo! Essas projeções podem, por exemplo, adiar ou antecipar uma compra de dólares (projeção do câmbio para o final do ano em comparação com o valor de mercado), ou fazer com que você decida por uma aplicação com juros pré ou pós fixados (expectativa de queda ou de alta da taxa de juros), e, até mesmo decida em investir na bolsa (expectativa de crescimento econômico). Entendeu? Não custa nada, é rapidinho, é só criar o hábito de consultar o Focus toda segunda ou quando precisar tomar uma decisão financeira.

Suponhamos que você nunca ligou para a sua vida financeira, como a maioria dos brasileiros. Mas, em tempos de crise, cada centavo conta (e como conta!). É aí que você pode pedir ajuda para a autoridade monetária: o BC. Ele está lá para te ajudar. Comece com o curso de Gestão de Finanças Pessoais (GFP), on-line, e totalmente gratuito. Se este é o seu caso, comece agora: www.bcb.gov.br/cidadaniafinanceira/cursos.

Entre no site do BC, na aba “Acesso à Informação” e finalmente em “Cidadania Financeira”. Ao clicar em “Cidadania Financeira”, acesse “PERFIS DE BUSCA” e você terá três perfis: “Quero me planejar”,” Estou endividado” e “Quero aprender a poupar e investir”. Escolha o que mais se aproxima do seu e boa viagem rumo à cidadania financeira.

Mas, suponhamos que você está tão enrolado, tão preocupado e tão perdido no turbilhão da crise que hoje não tem este tempo para uma formação financeira programada e que o incêndio é aqui e agora! Então, pula tudo, esquece o perfil e depois de acessar “Cidadania Financeira” vá direto para “Educação Financeira em tempos de Covid-19”. Tenho certeza que você vai encontrar um verdadeiro guia para suas aflições nesses tempos de crise. E, por mais dura que seja a sua realidade ou a do seu negócio, o que acaba refletindo na sua condição de vida e de sua família, você encontrará um norte: www.bcb.gov.br/cidadaniafinanceira/emtemposdecoronavirus.

Dentro do “Cidadania Financeira” você ainda encontra quais são os seus direitos e deveres enquanto consumidor de produtos e serviços financeiros, a calculadora do cidadão que te ajuda a fazer todas aquelas contas que você acha que não dá conta de fazer na hora de entender o valor futuro de uma aplicação ou o valor da prestação de um financiamento, e a correção de valores usando um índice. Tem ainda biblioteca, museu e o Registrato, onde você consegue informações sobre suas dívidas, operações de câmbio ou onde você possui contas e outros relacionamentos dentro do sistema financeiro nacional.

O mais interessante em todo o conteúdo de cidadania e formação financeira do Banco Central é o que está por trás dele, uma instituição que só quer disseminar educação financeira para a sociedade brasileira com o objetivo de capacitar o cidadão com conhecimento de qualidade para que ele tome as melhores decisões e faça as melhores escolhas tanto na hora de investir quanto na hora de tomar crédito. O Banco Central não quer te vender nenhum serviço ou produto financeiro, mas quer participar da formação de uma sociedade mais preparada para gerir e construir uma vida financeira saudável que permita a todos uma melhor condição de vida.

Rita Mundim é economista, mestre em Administração e especialista em Mercado de Capitais e em Ciências Contábeis

O conteúdo expresso neste espaço é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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