O início da vacinação contra a Covid-19 em Minas Gerais, na terça-feira (19), deixou as pessoas animadas quanto ao controle e fim da crise sanitária. Porém, o governador do Estado, Romeu Zema (Novo), foi taxativo ao afirmar que não existe data para que o processo de imunização dos mineiros seja concluído. Segundo ele, a vacinação pode demorar até um ano.
Em reunião com gestores de municípios mineiros, realizada na tarde de terça-feira, Romeu Zema afirmou que “será um processo longo, talvez mais do que assistimos do início da pandemia até este momento. Dependendo da disponibilidade de vacinas, esse processo pode levar nove, dez, 11, 12 meses — não sabemos quanto. Países peso-pesado têm conseguido, de certa maneira, dominar o suprimento [de vacinas] em detrimento de outros”.
A declaração foi reforçada por Carlos Eduardo Amaral, secretário de Estado de Saúde. De acordo com ele, “a campanha [de vacinação] com certeza será longa e demorará vários meses. O gargalo que temos é a produção”.
O posicionamento do Governo de Minas Gerais ressalta que, apesar do início da imunização contra a Covid-19 no estado, ainda é preciso ter muito cuidado com o coronavírus, que segue fazendo vítimas em todo mundo. Exemplo disso é o alto número de óbitos pela doença registrados nesta quarta-feira (20): 214 — um novo recorde para o estado.
Dessa forma, é necessário que as pessoas continuem atentas às medidas de segurança, como o uso de máscaras e higienização constante das mãos com álcool em gel.
Panorama
No momento, o Brasil conta com apenas seis milhões de doses da Coronavac, imunizante produzido pelo laboratório chinês Sinovac e importado pelo Instituto Butantan.
A instituição, que tem sede em São Paulo, já solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para a distribuição emergencial de outras 4,8 milhões de doses da vacina. Devido a um acordo de transferência de tecnologia com o Sinovac, o Butantan produzirá e envasará esses imunizantes no Brasil.
Além disso, o Governo Federal pretende adquirir dois milhões de doses da vacina criada pela empresa AstraZeneca em parceria com Universidade de Oxford — e produzidas na Índia.
Havia a expectativa de que os frascos com esse imunizante chegassem ao Brasil no início desta semana. Porém, já não há mais data oficial de quando o país contará com essas doses.