Foi realizada nesta sexta-feira (11), mais uma reunião do Conselho de Meio Ambiente de Itabira (Codema). A expectativa era de que no encontro, a mineradora Vale apresentasse os investimentos feitos para o controle ambiental nas operações realizadas na cidade. No entanto, tal promessa assumida durante a reunião do Codema no mês de julho, foi postergada para o encontro de agosto, já que de acordo com os representantes da mineradora, ‘‘a Vale ainda está consolidando as informações.’’
Quem também deveria apresentar dados ao Conselho de Meio Ambiente e não os enviou, é a Prefeitura de Itabira. A pasta de Saúde do município deveria apresentar números que possam comprovar se houve – ou não – internações, aumento de consultas e demais problemas ocasionados por doenças respiratórias, após a ‘‘nuvem de poeira’’ que tomou conta da cidade na semana anterior à reunião de julho.
A responsável por entregar tais números ao Conselho é a secretária municipal de Saúde, Clarisse Santos, a quem Denes Lott – secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Itabira – havia feito a solicitação. Por motivos de saúde, o secretário não compareceu ao encontro desta sexta-feira, mas o membro do Conselho, Diego Pimenta, informou que ‘‘a Secretaria iria compilar e enviar os dados, mas ainda não finalizou’’.
Sempre no ‘‘quase’’
Em julho, além de ser questionado sobre os investimentos e estratégias que vem realizando para reduzir os impactos ambientais – principalmente as ‘nuvens de poeira’ – a Vale também foi cobrada sobre um estudo (em atraso) sobre a qualidade do ar na cidade. Na ocasião, o representante da empresa, Breno Brant, solicitou a retomada de um grupo de monitoramento sobre a questão. No entanto, Denes Lott lembrou que esse grupo já tinha sido criado para discutir sobre flexibilização das normas, e a Vale ficou devendo pedidos do Codema. Nesta sexta-feira, Breno foi novamente questionado sobre o estudo e disse que o projeto está em ‘‘fase final de elaboração’’.
Nova nuvem de poeira
Ontem, após uma detonação nas minas da Vale, subiu aos céus de Itabira mais uma nuvem de poeira. Desta vez, o ‘fenômeno’ não se espalhou pelos bairros e ficou restrita à área de operações da empresa. A mineradora já havia enviado uma nota oficial à DeFato com um posicionamento acerca do fato, mas o representante da Vale explicou sobre a detonação.
Segundo Breno Brant, as atividades de desmonte de rocha são regulamentadas e as detonações de ontem mantiveram-se dentro dos limites estabelecidos. Ao responder se a mineradora teria feito a explosão no fim da tarde para tentar ‘‘esconder’’ os impactos, Breno disse que isso não ocorreu, pois os horários de desmonte são definidos para tentar minimizar os transtornos e que a operação foi feita seguindo monitoramento e estudos técnicos.
Relembre
O ‘fenômeno’ da nuvem de poeira ocorrido em julho não ultrapassou os limites de controle estabelecidos pelo Codema, mas causou grande incômodo à população e alterou a qualidade ambiental de Itabira. Como registrado pela DeFato, diversos pontos da cidade foram afetados pela chuva de detritos vinda das minas da Vale. Na ocasião, a Secretaria de Meio Ambiente recebeu pelo menos oito reclamações formais sobre o problema, além de diversas queixas nas redes sociais e em contato direto com o secretário.